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Lula intervém e Temer vai a congresso
Peemedebista cotado para vice ameaçava não aparecer devido a dificuldades em alianças entre PT e PMDB nos Estados
Presidente do PMDB decidiu comparecer após Lula dizer que entrará pessoalmente nas negociações estaduais para resolver indefinições
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A presença do PMDB e do
próprio presidente do partido e
da Câmara, Michel Temer (SP)
-cotado para vice na chapa do
PT-, no pré-lançamento da
candidatura de Dilma Rousseff
à Presidência, só foi decidida na
última hora e precisou da intervenção do presidente Lula.
Até o último momento, Temer dizia que não tinha a intenção de comparecer. Ele e a cúpula peemedebista alegavam
dificuldades diante da indefinição de alianças entre PT e
PMDB em alguns Estados, como Minas Gerais, Bahia e Pará.
Além disso, havia o temor de
serem vaiados.
No final, Temer acabou sendo aplaudido, com vaias residuais, mas dois outros peemedebistas não apareceram: o
presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, recém-filiado e também cotado para vice de Dilma, e o presidente do
Senado, José Sarney (AP), um
dos líderes nacionais do PMDB
e que passou 2009 às voltas
com suspeitas e acusações.
No final do evento, Dilma
disse que achou boa a "presença deles". "Acho que o Brasil
precisa de governo de coalizão.
Sem um governo de coalizão,
um partido pode achar que vai
governar sozinho. Não acho desejável para o Brasil que haja
um governo de um só partido."
A ida do PMDB só foi acertada na noite de anteontem,
quando Temer e o líder do governo no Senado, Romero Jucá
(RR), foram ao Palácio da Alvorada conversar com o presidente Lula. Lá, ficou acertado que o
presidente entrará pessoalmente nas negociações para resolver ou promover acerto de
procedimentos em Estados onde PT e PMDB divergem sobre
as candidaturas ao governo.
Entre os peemedebistas presentes, estava o deputado federal Eduardo Cunha (RJ), que
em 2007 foi acusado de negociar cargos no governo em troca
de parecer favorável ao projeto
de prorrogação da CPMF (o
"imposto" do cheque).
Também compareceram, e
foram anunciados para a mesa
principal, os ministros Edson
Lobão (Minas e Energia) e Hélio Costa (Comunicações) -este um dos que vive um confronto com o PT em Minas.
Os peemedebistas chegaram
a aventar a possibilidade de os
ministros e líderes do partido
irem ao congresso petista, mas
não Temer. Ele acabou decidindo ir, subiu ao palco logo depois
do presidente Lula e sentou ao
lado de Dilma.
Antes do encontro com Lula,
os peemedebistas tentaram se
reunir na sexta com Dilma para
tratar da ida ao congresso e tentar encaminhar soluções para
os palanques estaduais. O encontro não aconteceu porque
Dilma alegou que precisava finalizar o discurso a ser lido ontem no evento.
Após conversa com Lula, os
petistas informaram ontem pela manhã, com ar de alívio, que
os peemedebistas, Temer à
frente, não só confirmaram
presença como já haviam chegado ao congresso.
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