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Petista pede quebra de sigilo de caseiro
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Bingos marcou para
hoje reunião administrativa em
que deve apreciar os requerimentos de quebra de sigilo bancário
do caseiro Francenildo dos Santos
Costa e de convocação do corretor de imóveis Carlos Magalhães.
Os dois são testemunhas na investigação da CPI que apura o relacionamento do ministro Antonio Palocci (Fazenda) com ex-assessores dele acusados de intermediar negócios entre o governo
e empresários de casas de Bingos.
A apresentação do requerimento para quebrar o sigilo do caseiro
-que trabalhou na casa alugada
em Brasília em que ocorriam festas e reuniões de lobistas- foi
anunciada ontem pelo senador
Tião Viana (PT-AC).
Ele tomou a decisão depois de a
revista "Época" publicar, em sua
última edição, a informação de
que Francenildo recebeu depósitos de R$ 25 mil em uma conta
sua na Caixa Econômica Federal.
Na quinta-feira passada, o caseiro contou à CPI que Palocci freqüentava a casa. Na oportunidade, os governistas sugeriram que
Francenildo fora pago para depor
contra o ministro. Em sua defesa,
o caseiro afirmou que o dinheiro
foi depositado pelo empresário
Eurípedes Soares da Silva -que
seria seu pai biológico- e acusou
o governo de acessar irregularmente seus dados bancários.
Ontem, ao justificar o requerimento de quebra de sigilo bancário do caseiro, Viana afirmou que
quer "preservar a integridade" de
Francenildo. "Quem não deve
não teme. Ele diz que não recebeu
favorecimento. A quebra de sigilo
servirá até para ele preservar sua
integridade", disse. Viana, contudo, reconheceu que a divulgação
do sigilo bancário do caseiro foi
irregular. "A Caixa já mandou investigar o que aconteceu." Porém
argumentou que o caso do caseiro
é parecido com as divulgações de
sigilos do presidente do Sebrae,
Paulo Okamotto. "Não se pode
ter dois pesos e duas medidas."
A líder do PT no Senado, Ideli
Salvatti (SC) sugeriu que a divulgação ao extrato bancário pode
ter ocorrido por um descuido do
próprio caseiro. "Qualquer pessoa pode esquecer um extrato em
algum lugar e alguém ver", disse.
O presidente do PT, Ricardo
Berzoini, disse ontem não ser
contra a investigação do que disse
o caseiro na CPI. "O que não pode
ser é investigação na CPI dos Bingos, que não é um órgão legítimo
e legal para essa investigação."
Filho de Lula
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) apresentou requerimento de convocação de Fábio Luís Lula da Silva, filho do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano quer investigar os
negócios de Fábio com a Telemar,
que, em 2004, fez um aporte de R$
5 milhões na empresa Gamecorp,
da qual o filho de Lula é sócio.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) apresentou ontem o requerimento de convocação do corretor
Carlos Magalhães. Em 2003, ele
intermediou a locação de uma casa para o grupo hoje conhecido
como "república de Ribeirão".
Em entrevista à Folha, Magalhães
também disse ter visto o ministro
junto com o grupo de lobistas.
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