UOL

São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRIBUTÁRIA

Gerdau elogia a proposta, mas afirma que faltam pontos importantes

Empresário vê falhas em reforma

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

O empresário Jorge Gerdau Johannpeter, 66, presidente do grupo Gerdau e da Ação Empresarial, considerou um avanço importante a proposta de reforma tributária do governo. O principal ponto da proposta, a seu ver, foi o fim da cumulatividade do Cofins. "Só isso já vai ajudar a gerar mais empregos no país com o aumento das exportações", afirmou.
Gerdau acha, no entanto, que o governo não incluiu pontos fundamentais que poderão contribuir ainda mais para a geração de empregos no país. Ele é membro do Conselho de Desenvolvimento Ecônomico e Social, instância que debateu as reformas de Lula.
Nos próximos dias, Gerdau disse que irá se reunir com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, para apresentar propostas a serem incluídas no projeto do governo. Ele disse que irá acompanhado de outros empresários da Ação Empresarial e que pretende fazer o mesmo no Congresso.
São basicamente três as propostas que Gerdau pretende incluir no projeto de reforma tributária: a cobrança do ICMS na importação de produtos e serviços que tenham similares no Brasil, o fim da cumulatividade na CPMF e o fim do ISS (Imposto sobre Serviços).
Jorge Gerdau explicou que sua proposta de cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) aos produtos importados se justifica pelo fato de muitas empresas sediadas no Brasil, em razão da guerra fiscal entre os Estados, obtiveram isenção de impostos na importação de itens, o que fez com que deixassem de comprar produtos nacionais. Ele deu o exemplo de algumas montadoras. Segundo Gerdau, muitas delas deixaram de comprar o aço nacional por se beneficiarem de isenção fiscal na importação do produto.
Já no que diz respeito à CPMF, Gerdau diz que trata-se de um dos impostos com maior cobrança em cascata na cadeia produtiva que existem no país. A proposta que ele irá apresentar a Palocci é de redução da CPMF para o mínimo previsto na proposta do governo (0,08%). A diferença em relação aos 0,38% de cobrança máxima para a CPMF na proposta seria incorporada no Cofins.
O terceiro ponto da proposta de Gerdau é o fim do ISS, que é municipal. Segundo o empresário, o ISS também é um imposto em cascata e que prejudica o exportador brasileiro. "Numa economia moderna, é um erro a exportação de impostos", afirmou.


Texto Anterior: "Escondido", Lula deixa o Alvorada
Próximo Texto: Comunicação: Donos de TV atuam em comissão da Câmara
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.