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AGENDA NEGATIVA
Restante do país decide nos próximos dias se adere à paralisação
INSS faz greve em 13 Estados
e gera transtorno em agências
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
Os servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) iniciaram ontem greve por tempo
indeterminado. Uma paralisação
de advertência por 48 horas já havia ocorrido em 23 e 24 de março.
No Estado de São Paulo, o primeiro dia prejudicou o atendimento a 22,1 mil pessoas, de acordo com o órgão. A greve causou
transtorno e filas em várias agências do INSS.
Há versões desencontradas sobre as reivindicações. Segundo representantes em Brasília, a exigência é que o governo mude o
termo de adesão que os funcionários foram obrigados a assinar para ter reajuste salarial de 47,11%,
acertado no final do ano passado.
Esse aumento é a contrapartida
ao fato de um abono criado em
1996 não ter sido implementado.
Para receber o reajuste, o servidor deve assinar documento no
qual declara que desiste de processos judiciais contra a União. As
ações pedem, em geral, que o pagamento seja retroativo a 1996.
Segundo sindicatos nos Estados, os servidores do INSS pedem
o reajuste de 47,11%, a realização
de concurso público para a contratação de novos profissionais e
alterações no plano de carreira.
A categoria reúne 70 mil pessoas, contando com os aposentados. Na ativa, são 45 mil funcionários. Parte dos servidores também
trabalha nos ministérios do Planejamento e da Previdência, nas
delegacias do Trabalho e na Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
De acordo com o comando de
greve dos funcionários do INSS,
13 Estados já haviam aderido à
paralisação. Nos demais, ainda
seriam realizadas assembléias.
Segundo o Ministério da Previdência, a greve atingiu no primeiro dia parcialmente só os Estados
do Rio de Janeiro e de São Paulo.
No Rio, das 90 agências do INSS,
só 15 foram fechadas. Em São
Paulo, das 161, 22 não funcionaram, de acordo com a pasta.
Segundo sindicatos locais, a greve no INSS e em órgãos dos Ministérios da Saúde e do Trabalho
atingiu principalmente Bahia, Rio
Grande do Sul e Mato Grosso do
Sul. Alagoas e Goiás paralisam as
atividades a partir de segunda.
Em Minas Gerais, Mato Grosso e
Tocantins, serão realizadas assembléias nos próximos dias para
decidir se os funcionários irão
aderir ao movimento. Não houve
greve no Piauí e no Maranhão.
Na Bahia e no Rio Grande do
Sul, a adesão dos funcionários foi
de 70%, segundo os coordenadores da greve, mantendo só os 30%
para serviços essenciais. Em MS,
houve paralisações totais em
Campo Grande e em Dourados e
parciais no restante do Estado.
Cerca de 12 mil funcionários
aderiram à greve na Bahia. A paralisação atingiu principalmente
as agências do INSS em Salvador e
no interior. Em quase todos os
hospitais públicos, houve filas. No
RS, ocorreram vários protestos.
O sindicato em MS informou
que a paralisação provocou a suspensão de mais de 5.000 atendimentos feitos diariamente nas
duas principais agências na capital do Estado, Campo Grande.
No interior, serão realizadas assembléias a partir de amanhã, para incluir a Funasa e a Delegacia
Regional do Trabalho na greve.
O funcionamento das agências
do INSS foi normal ontem em
MG, mas os servidores farão assembléia amanhã para decidir se
param. Em MT e TO, serão feitas
reuniões até o fim da semana.
Os funcionários do INSS fazem
parte de uma das categorias que
têm negociado à parte. Os outros
servidores receberam proposta de
reajustes de 9,5% a 29,38% para
os aposentados e de 12,85% a
32,27% para o pessoal da ativa.
No domingo, os funcionários
que receberam oferta de aumentos diferenciados decidiram em
plenária que não aceitariam a
proposta e marcaram para o dia
10 de maio o início de uma greve.
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