São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2004

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AGENDA NEGATIVA

Restante do país decide nos próximos dias se adere à paralisação

INSS faz greve em 13 Estados e gera transtorno em agências

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA

Os servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) iniciaram ontem greve por tempo indeterminado. Uma paralisação de advertência por 48 horas já havia ocorrido em 23 e 24 de março.
No Estado de São Paulo, o primeiro dia prejudicou o atendimento a 22,1 mil pessoas, de acordo com o órgão. A greve causou transtorno e filas em várias agências do INSS.
Há versões desencontradas sobre as reivindicações. Segundo representantes em Brasília, a exigência é que o governo mude o termo de adesão que os funcionários foram obrigados a assinar para ter reajuste salarial de 47,11%, acertado no final do ano passado. Esse aumento é a contrapartida ao fato de um abono criado em 1996 não ter sido implementado.
Para receber o reajuste, o servidor deve assinar documento no qual declara que desiste de processos judiciais contra a União. As ações pedem, em geral, que o pagamento seja retroativo a 1996.
Segundo sindicatos nos Estados, os servidores do INSS pedem o reajuste de 47,11%, a realização de concurso público para a contratação de novos profissionais e alterações no plano de carreira.
A categoria reúne 70 mil pessoas, contando com os aposentados. Na ativa, são 45 mil funcionários. Parte dos servidores também trabalha nos ministérios do Planejamento e da Previdência, nas delegacias do Trabalho e na Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
De acordo com o comando de greve dos funcionários do INSS, 13 Estados já haviam aderido à paralisação. Nos demais, ainda seriam realizadas assembléias.
Segundo o Ministério da Previdência, a greve atingiu no primeiro dia parcialmente só os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. No Rio, das 90 agências do INSS, só 15 foram fechadas. Em São Paulo, das 161, 22 não funcionaram, de acordo com a pasta.
Segundo sindicatos locais, a greve no INSS e em órgãos dos Ministérios da Saúde e do Trabalho atingiu principalmente Bahia, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Alagoas e Goiás paralisam as atividades a partir de segunda. Em Minas Gerais, Mato Grosso e Tocantins, serão realizadas assembléias nos próximos dias para decidir se os funcionários irão aderir ao movimento. Não houve greve no Piauí e no Maranhão.
Na Bahia e no Rio Grande do Sul, a adesão dos funcionários foi de 70%, segundo os coordenadores da greve, mantendo só os 30% para serviços essenciais. Em MS, houve paralisações totais em Campo Grande e em Dourados e parciais no restante do Estado.
Cerca de 12 mil funcionários aderiram à greve na Bahia. A paralisação atingiu principalmente as agências do INSS em Salvador e no interior. Em quase todos os hospitais públicos, houve filas. No RS, ocorreram vários protestos.
O sindicato em MS informou que a paralisação provocou a suspensão de mais de 5.000 atendimentos feitos diariamente nas duas principais agências na capital do Estado, Campo Grande.
No interior, serão realizadas assembléias a partir de amanhã, para incluir a Funasa e a Delegacia Regional do Trabalho na greve.
O funcionamento das agências do INSS foi normal ontem em MG, mas os servidores farão assembléia amanhã para decidir se param. Em MT e TO, serão feitas reuniões até o fim da semana.
Os funcionários do INSS fazem parte de uma das categorias que têm negociado à parte. Os outros servidores receberam proposta de reajustes de 9,5% a 29,38% para os aposentados e de 12,85% a 32,27% para o pessoal da ativa.
No domingo, os funcionários que receberam oferta de aumentos diferenciados decidiram em plenária que não aceitariam a proposta e marcaram para o dia 10 de maio o início de uma greve.


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