|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Adesão em São Paulo atinge 55,5%
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
O primeiro dia de greve dos funcionários do INSS em São Paulo
teve adesão de 55,5% da categoria
na capital e prejudicou o atendimento a cerca de 22,1 mil pessoas
no Estado, segundo informou o
órgão. A paralisação, por tempo
indeterminado, causou transtornos e filas em várias agências.
Dos 27 postos de atendimento
da capital, 14 permaneceram fechados: Centro, Metrô República,
Mooca, Metrô Sé, Brigadeiro Luís
Antônio, Vila Prudente, Água
Branca, Santa Marina, Tucuruvi,
Santana, Pinheiros, Santo Amaro,
Cidade Dutra e Vila Mariana.
Na agência da rua Voluntários
da Pátria, em Santana, o funcionamento foi parcial. Os demais
postos atenderam ontem. Em
média, 1.200 pessoas são atendidas por dia nessas agências.
No interior, sete postos fecharam -São José do Rio Preto, Fernandópolis, Olímpia, São José dos
Campos, Campos de Jordão, Guaratinguetá e Pindamonhangaba.
Seis funcionaram parcialmente
-Jundiaí, Tupã, Jaboticabal, Jales, Mirassol e Taubaté-, e 106
prestaram atendimento normalmente. Nesses postos, a média de
atendimentos é de 750 por dia.
Os números do INSS coincidem
com os do Sinsprev (Sindicato
dos Trabalhadores em Saúde e
Previdência no Estado de São
Paulo). "A adesão tende a aumentar no interior. Em várias cidades,
assembléias devem ser feitas ainda hoje [ontem] para decretar a
greve", afirmou José Rubens Decares, diretor do Sinsprev.
Na lista de reivindicações dos
funcionários da Previdência, segundo Decares, estão: reajuste
emergencial de 50,19%, novo plano de carreiras, piso salarial, incorporação das gratificações nos
salários e concursos para contratação de 18 mil servidores.
De acordo com o sindicalista,
um estudo mostra que a perda salarial dos funcionários da Previdência chega a 127% nos últimos
dez anos. "Não tivemos reajuste
desde o governo FHC", disse.
No final de 2003, os previdenciários fizeram uma paralisação
que durou dois meses. "O movimento foi encerrado porque o governo Lula se comprometeu a discutir um plano de carreira e negociar a extensão de uma gratificação que corresponde a 47,11% para 60% da categoria que não recebia esse reajuste", afirmou Decares. Cerca de 40% dos funcionários recebiam essa gratificação,
diz o sindicalista, porque ingressaram com ações na Justiça.
"Mas o governo só quer negociar a extensão se os servidores
abrirem mão de suas ações. Além
disso, não discutiu com o funcionalismo o plano de carreira."
O INSS pede que os usuários,
antes de ir aos postos, telefonem
para o serviço 0800-78-0191, que
funciona das 7h às 19h, para saber
se as agências estão fechadas.
Depois de três tentativas frustadas de atendimento no posto do
INSS em Santo Amaro, na capital,
o aposentado Paulo Roberto Valera Martins, 57, chegou às 4h de
ontem na fila. Mesmo assim, não
teve sucesso, porque, justamente
no dia em que garantiu um lugar
privilegiado na fila, os funcionários do INSS entraram em greve.
"Vi a faixa de greve, mas pensei
que teria pelo menos um atendimento parcial", reclamou às 8h,
quando percebeu que a agência
não iria abrir mesmo. O aposentado tentava dar entrada no pedido de auxílio-doença da mulher,
que deve ser operada no sábado.
Assim como Martins, a dona-de-casa Maria Edvaldo Monteiro,
51, estava revoltada. "Estou na fila
desde às 3h só para pedir uma informação e vou ter que voltar sem
nada", afirmou. "É um absurdo, a
gente paga a vida toda, e na hora
de usar é assim. Parece que estamos pedindo um favor."
Texto Anterior: Agenda negativa: INSS faz greve em 13 Estados e gera transtorno em agências Próximo Texto: Agenda negativa: Governo diz a servidores que não cede mais Índice
|