São Paulo, terça, 21 de abril de 1998

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Velório reúne cúpula política

da Reportagem Local

O velório do ministro Sérgio Motta (Comunicações), homem todo-poderoso do governo Fernando Henrique Cardoso, reuniu cerca de 1.500 pessoas na Assembléia Legislativa de São Paulo, segundo cálculos da Polícia Militar.
O corpo do amigo íntimo de FHC foi velado durante oito horas.
A viúva do ministro, Wilma Motta, chegou ao local às 11h e estava aparentemente serena. Recebeu os cumprimentos por cerca de duas horas e depois se retirou do hall monumental da Assembléia. Ela só voltou às 15h15 acompanhada de FHC e da primeira-dama, Ruth Cardoso, para participar de um culto ecumênico em homenagem ao marido.
"A Wilma está arrasada, porque perdeu o amor de sua vida. Mas ela vai superar, é uma pessoa muito forte", disse Lila Covas, mulher do governador Mário Covas (PSDB-SP).
A maioria dos presentes era do meio político. Foram à Assembléia ministros, governadores, senadores e deputados. Um dos mais emocionados era o ministro da Saúde, José Serra, amigo de Motta desde os tempos em que os dois militavam no movimento estudantil no final da década de 60.
Serra chegou ao velório usando óculos escuros, cumprimentou Wilma, depois se dirigiu ao caixão e acariciou o rosto de Motta. Ele se esforçou para evitar o choro, mas não conteve as lágrimas e chegou a tremer o queixo.
O corpo de Motta chegou à Assembléia às 7h10, levado por um carro fúnebre, acompanhado pelo ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil) e pela secretária-executiva do Ministério da Educação, Gilda Portugal Gouvêa.
O caixão foi coberto com uma bandeira do Brasil e depois foram colocadas duas outras bandeiras ao lado: a do São Paulo Futebol Clube, time de Motta, e a do PSDB. O ministro foi homenageado ainda com aproximadamente cem coroas de flores.
De manhã, chegou uma coroa de flores enviada pelos companheiros de Motta na antiga AP (Ação Popular), movimento da esquerda católica durante os governos militares (64-84).
Também mandaram flores ao ministro o ex-tucano Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência da República pelo PPS, a atriz Norma Bengell e a Estação Primeira de Mangueira, da qual Motta era sócio honorário. Além dos políticos, foram ao velório alguns artistas.
(LUIZA DAMÉ e PATRÍCIA ANDRADE)



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