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Velório reúne cúpula política
da Reportagem Local
O velório do ministro Sérgio
Motta (Comunicações), homem
todo-poderoso do governo Fernando Henrique Cardoso, reuniu
cerca de 1.500 pessoas na Assembléia Legislativa de São Paulo, segundo cálculos da Polícia Militar.
O corpo do amigo íntimo de
FHC foi velado durante oito horas.
A viúva do ministro, Wilma
Motta, chegou ao local às 11h e estava aparentemente serena. Recebeu os cumprimentos por cerca de
duas horas e depois se retirou do
hall monumental da Assembléia.
Ela só voltou às 15h15 acompanhada de FHC e da primeira-dama,
Ruth Cardoso, para participar de
um culto ecumênico em homenagem ao marido.
"A Wilma está arrasada, porque
perdeu o amor de sua vida. Mas ela
vai superar, é uma pessoa muito
forte", disse Lila Covas, mulher
do governador Mário Covas
(PSDB-SP).
A maioria dos presentes era do
meio político. Foram à Assembléia
ministros, governadores, senadores e deputados. Um dos mais
emocionados era o ministro da
Saúde, José Serra, amigo de Motta
desde os tempos em que os dois
militavam no movimento estudantil no final da década de 60.
Serra chegou ao velório usando
óculos escuros, cumprimentou
Wilma, depois se dirigiu ao caixão
e acariciou o rosto de Motta. Ele se
esforçou para evitar o choro, mas
não conteve as lágrimas e chegou a
tremer o queixo.
O corpo de Motta chegou à Assembléia às 7h10, levado por um
carro fúnebre, acompanhado pelo
ministro Clóvis Carvalho (Casa
Civil) e pela secretária-executiva
do Ministério da Educação, Gilda
Portugal Gouvêa.
O caixão foi coberto com uma
bandeira do Brasil e depois foram
colocadas duas outras bandeiras
ao lado: a do São Paulo Futebol
Clube, time de Motta, e a do PSDB.
O ministro foi homenageado ainda com aproximadamente cem
coroas de flores.
De manhã, chegou uma coroa de
flores enviada pelos companheiros de Motta na antiga AP (Ação
Popular), movimento da esquerda
católica durante os governos militares (64-84).
Também mandaram flores ao
ministro o ex-tucano Ciro Gomes,
pré-candidato à Presidência da
República pelo PPS, a atriz Norma
Bengell e a Estação Primeira de
Mangueira, da qual Motta era sócio honorário. Além dos políticos,
foram ao velório alguns artistas.
(LUIZA DAMÉ e PATRÍCIA ANDRADE)
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