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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Ribeirão comprou emergencialmente cestas básicas de empresas consideradas inabilitadas para licitação
Compra de prefeitura do PT é investigada
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Prefeitura de Ribeirão Preto
comprou 9.000 cestas básicas no
valor de R$ 266,6 mil em contratos emergenciais de duas empresas consideradas inabilitadas para
uma licitação do setor pela própria administração.
O contrato emergencial foi feito
em meio às suspeitas de direcionamento de licitação para a compra de 41.787 cestas básicas.
O prefeito de Ribeirão Preto,
Antônio Palocci Filho (PT), é o
responsável pelo programa de governo do pré-candidato petista à
Presidência da República, Luiz
Inácio Lula da Silva.
As empresas que foram contratadas em caráter emergencial, a
Gesa Comércio e Representação
de Alimentos Ltda. e a Sustentare
Produtos Alimentícios Ltda., são
investigadas pelo Ministério Público Estadual no município por
um suposto esquema de direcionamento de licitações.
A Gesa havia sido inabilitada
em duas licitações neste ano. Nas
duas concorrências, o resultado
foi divulgado no mesmo dia (16
de março) em que a prefeitura fez
o contrato emergencial.
Segundo o "Diário Oficial" do
município, a Gesa "apresentou a
comprovação de regularidade perante o Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço com data de
validade vencida".
Sem licitação
Nessa mesma edição do "Diário
Oficial", a prefeitura anunciava a
dispensa de licitação para a compra de 4.500 cestas básicas por R$
138.825,70, beneficiando, em contrato emergencial, a Gesa.
A empresa chegou a apresentar
recursos contra a inabilitação,
mas a prefeitura manteve a decisão. Ainda em 16 de março a Gesa
foi inabilitada nas licitações para a
aquisição das 41.787 cestas e a
compra de produtos alimentícios
destinados à Secretaria Municipal
da Educação e à Secretaria Municipal da Cidadania e Desenvolvimento Social -devido ao problema com o fundo de garantia.
Nessa licitação, para a compra
de alimentos, a Sustentare também foi considerada inapta pela
prefeitura. "Apresentou a Certidão Negativa de Pedido de Falência ou Concordata expedida pelo
distribuidor da sede da pessoa jurídica, com data de validade vencida", segundo trecho do "Diário
Oficial". A Sustentare ficou responsável po fornecer as outras
4.500 cestas básicos, com um contrato no valor de R$ 127,8 mil.
Para o assessor da presidência
do Cepam (Centro de Estudos e
Pesquisas da Administração Municipal), Izaias Santana, a apresentação desses documentos são
obrigatórios, mesmo em contratos emergenciais.
Em ambos os casos, os contratos podem ser considerados nulos
e o administrador, responsabilizado. "Isso contraria a lei de licitações porque estaria infringindo a
competitividade. Se a empresa
não recolhe tributos, no caso do
FGTS, ela leva vantagem diante
das demais. Se ela está falida, não
pode firmar contrato com o Poder Público", disse Santana.
Para o promotor Sebastião Sérgio da Silveira, que investiga suposto esquema de direcionamento de licitação, os contratos são
suspeitos. "É estranho uma empresa ser considerada inapta e ser
contratada em seguida em preferência das outras", declarou.
O secretário do Governo de Ribeirão, Donizeti Rosa, afirmou
que a prefeitura ainda não tem todas as respostas com relação às licitações e, por isso, abriu sindicância para apurar o caso. "O procedimento vai esclarecer o que houve de errado", disse ele.
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