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JANIO DE FREITAS
Está na hora
O salto que o MST (Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) pernambucano faz, das invasões pacíficas para o uso da violência agressiva, é
um fato perigoso, diante do qual,
assim como não cabe a repressão
atrabiliária, também não cabem
contemporizações, confundíveis
com o reconhecimento velado de
uma nova modalidade de ação
dos sem-terra.
As invasões pacíficas têm sido
uma ilegalidade tolerada, no
sentido de que não levaram a
impedir a continuidade do MST
e de invasões subsequentes, algumas até com o desperdício de esforço em meras e inúteis provocações. O recurso à força agressiva, porém, implica o risco de que
as várias violências de fundo social, do campo e das cidades,
acabem se confundindo em um
novo problema, já conhecido por
alguns países vizinhos.
Muitas vezes como candidato e
algumas já presidente, Luiz Inácio Lula da Silva tem ressaltado
suas condições excepcionais para
tratar com os diferentes movimentos e associações de trabalhadores da terra. A ocasião é
mais do que oportuna para começar a fazê-lo. E fazê-lo, agora
parece necessário esclarecer, não
é produzir mais uns quantos discursos. É buscar modos de entendimento e de compromisso. Neste caso, compromisso para ser
cumprido.
Os dedos
Com a autoridade de alguém
sempre leal ao seu passado e a
seus escritos, Fernando Henrique
Cardoso, apropriadamente
diante de mil profissionais de
venda e marketing, emitiu sua
enérgica sentença para Lula:
"Que ele seja fiel a si e às pessoas
que votaram nele".
Ao pronunciar a frase, Fernando Henrique levantou só um dedo incisivo, aquele indicador das
ênfases oratórias. Não mostrou
os cinco dedos que em certo tempo prometiam "educação, saúde,
agricultura, emprego e segurança".
Mau sinal
Ainda não se sabe se é uma pessoa inconvivível, como seus tantos conflitos sugerem, ou se Garotinho é apenas irrequieto demais. Mas aí está ele envolvido
em nova transferência partidária que, nesse caso, é uma ameaça a mais para o Estado do Rio.
Garotinho e Moreira Franco
aliam-se, acertando as presenças
de ambos no PMDB, em projeto
que tende a ressuscitar o que fora
posto no nível mais relegado da
política fluminense.
A propósito, Moreira Franco
está lançando o livro "Ainda é
tempo de um Brasil menos desigual". Sem dúvida, mas antes seria preciso um Brasil menos corrompido por políticos.
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