|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CNJ vai investigar dez magistrados de MT
Corregedor apontou desvio de verba do TJ para entidade maçônica, liderada pelo então presidente do tribunal
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
O ministro Gilmar Mendes,
presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), ratificou a
abertura de investigação no
CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) contra três desembargadores e sete juízes que integraram ou tinham ligação com
a cúpula do Judiciário de Mato
Grosso entre 2003 e 2005.
Da lista de investigados,
constam os nomes dos desembargadores Mariano Alonso
Travassos, atual presidente do
TJ (Tribunal de Justiça), e José
Ferreira Leite, que ocupava o
cargo no período do procedimento -cuja abertura já havia
sido aprovada pelo conselho do
CNJ em fevereiro.
De acordo com a portaria assinada por Mendes, no dia 6 de
maio, o processo vai apurar a
denúncia de que os cofres do TJ
tenham sido utilizados em uma
suposta operação de socorro financeiro a uma entidade maçônica -que, no período, era comandada por Ferreira Leite.
"Da análise dos fatos, pode-se afirmar a existência de indicativos de graves violações aos
deveres funcionais", diz Mendes. A denúncia contra os magistrados se baseia em um relatório feito pela corregedoria do
TJ, em 2007, e que foi encaminhado ao CNJ pelo desembargador Orlando Perri, então corregedor-geral de Justiça.
O documento diz haver "fortes indícios" de que um total de
R$ 1.098.347,97 teria sido desviado do TJ, entre dezembro de
2004 e fevereiro de 2005, por
meio da concessão a magistrados de créditos supostamente
irregulares, referentes a verbas
indenizatórias.
Segundo a corregedoria, a
quebra dos sigilos bancário e
fiscal revelou que a maior parte
desses valores acabou depositada, direta ou indiretamente,
nas contas da entidade maçônica presidida por Ferreira Leite.
Naquele momento, diz o relatório, a entidade necessitava
cobrir um rombo de R$ 1,48 milhão, resultante da quebra de
uma cooperativa de crédito
-na qual 160 maçons haviam
depositado suas economias.
Travassos e Ferreira Leite
não se manifestaram. Em entrevistas anteriores, a denúncia
foi qualificada como "infundada" e fruto de uma tentativa de
"vingança" do corregedor. O TJ
disse que o ato de Gilmar Mendes foi "protocolar" a "primeira
etapa" do processo de investigação aprovado em fevereiro.
Texto Anterior: Servidor do Senado dá expediente em loja Próximo Texto: Toda Mídia - Nelson de Sá: Já está lá Índice
|