São Paulo, quinta-feira, 21 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CNJ vai investigar dez magistrados de MT

Corregedor apontou desvio de verba do TJ para entidade maçônica, liderada pelo então presidente do tribunal

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

O ministro Gilmar Mendes, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ratificou a abertura de investigação no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra três desembargadores e sete juízes que integraram ou tinham ligação com a cúpula do Judiciário de Mato Grosso entre 2003 e 2005.
Da lista de investigados, constam os nomes dos desembargadores Mariano Alonso Travassos, atual presidente do TJ (Tribunal de Justiça), e José Ferreira Leite, que ocupava o cargo no período do procedimento -cuja abertura já havia sido aprovada pelo conselho do CNJ em fevereiro.
De acordo com a portaria assinada por Mendes, no dia 6 de maio, o processo vai apurar a denúncia de que os cofres do TJ tenham sido utilizados em uma suposta operação de socorro financeiro a uma entidade maçônica -que, no período, era comandada por Ferreira Leite.
"Da análise dos fatos, pode-se afirmar a existência de indicativos de graves violações aos deveres funcionais", diz Mendes. A denúncia contra os magistrados se baseia em um relatório feito pela corregedoria do TJ, em 2007, e que foi encaminhado ao CNJ pelo desembargador Orlando Perri, então corregedor-geral de Justiça.
O documento diz haver "fortes indícios" de que um total de R$ 1.098.347,97 teria sido desviado do TJ, entre dezembro de 2004 e fevereiro de 2005, por meio da concessão a magistrados de créditos supostamente irregulares, referentes a verbas indenizatórias.
Segundo a corregedoria, a quebra dos sigilos bancário e fiscal revelou que a maior parte desses valores acabou depositada, direta ou indiretamente, nas contas da entidade maçônica presidida por Ferreira Leite. Naquele momento, diz o relatório, a entidade necessitava cobrir um rombo de R$ 1,48 milhão, resultante da quebra de uma cooperativa de crédito -na qual 160 maçons haviam depositado suas economias.
Travassos e Ferreira Leite não se manifestaram. Em entrevistas anteriores, a denúncia foi qualificada como "infundada" e fruto de uma tentativa de "vingança" do corregedor. O TJ disse que o ato de Gilmar Mendes foi "protocolar" a "primeira etapa" do processo de investigação aprovado em fevereiro.


Texto Anterior: Servidor do Senado dá expediente em loja
Próximo Texto: Toda Mídia - Nelson de Sá: Já está lá
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.