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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
PSDB ataca Bastos e pede sua demissão
Líder do partido na Câmara solicita que Procuradoria e Receita Federal investiguem negócios do ministro da Justiça
Pedido se fundamenta em
reportagem da Folha na
qual ex-cliente de Bastos diz
ter remetido US$ 4 milhões
ao exterior para o ministro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dando início a um confronto
já declarado nos bastidores, o
líder do PSDB na Câmara dos
Deputados, Jutahy Júnior
(BA), pediu ontem na tribuna
do plenário o afastamento do
ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, e enviou à Procuradoria Geral da República
representação pedindo reabertura de investigação contra ele.
Numa audiência prevista para as 16h de hoje, Jutahy também apresentará ao secretário
da Receita, Jorge Rachid, um
"pedido de abertura de procedimento fiscal para apuração
de possíveis irregularidades"
cometidas pelo ministro.
Oficialmente, a ofensiva tem
como base reportagem da Folha do último dia 12, na qual Ivo
Morganti Júnior, ex-cliente do
ministro, diz ter pago honorários de US$ 4 milhões por meio
de uma remessa ilegal ao exterior. O caso foi arquivado em
2004 sem os procedimentos
básicos de uma apuração de crime financeiro. Por meio da assessoria de imprensa do ministério, Bastos disse que todas as
suas movimentações financeiras foram legais, com imposto
devidamente recolhido e com
anuência do Banco Central.
O PSDB investe contra o ministro por avaliar que ele está
engajado na campanha pela
reeleição do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Na semana
passada, Jutahy se queixou da
atuação de Thomaz Bastos numa reunião com o ministro
Tarso Genro (Relações Institucionais). Ele reclamou inclusive da participação de Thomaz
Bastos em convenção petista.
"O ministro da Justiça, chefe
da Polícia Federal, está agindo
partidariamente", afirma Jutahy. Para a oposição, Bastos
estaria por trás da divulgação
do laudo da PF que mostra uma
assinatura verdadeira num papel com uma suposta lista de
pagamentos de verba desviada
de Furnas a políticos da oposição na campanha de 2002.
No seu discurso de ontem, o
tucano apresentou ainda requerimento de convocação de
Bastos para se explicar no Congresso. O pedido tem que ser
aprovado pelo plenário. O líder
do governo na Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), disse que a
atitude do PSDB é uma tentativa de criar um "factóide": "Isso
mostra desrespeito com o Ministério Público e a Polícia Federal ao imaginar que essas instituições ficariam subordinadas a interesses de governos".
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