São Paulo, Quarta-feira, 21 de Julho de 1999 |
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RENÚNCIA FISCAL Senador baiano, defensor da ida da Ford para seu reduto eleitoral, aprova mudanças de regras Solução é "satisfatória", afirma ACM
da Sucursal de Brasília O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse ontem que a solução para a instalação da Ford na Bahia foi "foi altamente satisfatória". ACM afirmou que a nova medida provisória que o governo vai editar regulamentando os incentivos para a região Nordeste deve beneficiar também o setor petrolífero. O senador reiterou que a instalação da Ford na Bahia vai beneficiar os Estados vizinhos e ajudar na diminuição das desigualdades regionais. "Enquanto o país não fizer a desconcentração industrial e também a econômica, o Brasil não terá paz para atingir o que seu povo exige. Nós temos desigualdades regionais, desigualdades demasiadas em relação aos que têm muito e os que têm pouco." ACM sempre foi o maior defensor da concessão de incentivos à Ford para a instalação em seu reduto eleitoral. Chegou a ficar recluso em Salvador e Porto Seguro para mostrar uma suposta insatisfação com a ameaça de veto total aos benefícios, como chegou a ser especulado. Comprou também disputa política com Mário Covas, governador tucano de São Paulo que considerou a ajuda à Ford ""absurda". César Borges, governador pefelista da Bahia e afilhado político de ACM, chamou Covas de ""preconceituoso" em suas críticas. Covas, por sua vez, disse que não responderia a Borges. Depois, disse que não tinha nada contra a ida da Ford à Bahia, e sim que era contra o incentivo. Pobreza O senador anunciou que apresentará projeto criando um imposto para diminuir a pobreza. Segundo ACM, o novo imposto seria pago por pessoas físicas e jurídicas, provavelmente por intermédio do Imposto de Renda, e teria alíquota progressiva: quem ganha mais paga mais. Para exemplificar, ACM citou o grupo Votorantim, do empresário Antonio Ermírio de Moraes. Em entrevista à Folha, Ermírio criticou os incentivos defendidos pela Bahia para receber a fábrica da Ford. Para o senador, Ermírio concordaria que seu grupo pagasse 50 ou 100 vezes mais do que empresas menores. Durante a entrevista, ACM recebeu a minuta do projeto de sua assessoria, mas disse que não a divulgaria porque precisaria analisá-la antes. "É muito grave a pobreza no Brasil, e a insensibilidade dos que têm é muito grande. Se nós não fizermos mecanismos obrigatórios, essas desigualdades continuarão cada vez maiores." Reforma Questionado sobre a reforma ministerial, ACM elogiou a escolha de Pedro Parente para a Casa Civil e de Aloysio Nunes Ferreira para a assessoria política. Ambos são próximos ao senador. Mas fez uma crítica velada a Clóvis Carvalho e explícita em relação à saída de Pio Borges do BNDES. "O ministério é uma escolha pessoal do presidente. Ele sempre confiou no Clóvis Carvalho. Se ele acredita no êxito, o colocou lá, muito bem. Se der errado, a culpa será dele. Se der certo, o êxito também será dele." Sobre Pio Borges, ACM afirmou que foi "injusto" retirá-lo "porque vinha fazendo política excelente de desconcentração de financiamentos". "(Borges) Sai com a cabeça erguida merecendo aplausos da nação, inclusive o meu". Borges havia se pronunciado a favor da Ford na Bahia. Segundo ACM, FHC o procurou anteontem, por telefone. "Foi uma gentileza. Passamos um jejum de 17 dias." Texto Anterior: Montadora se diz satisfeita com as novas regras Próximo Texto: País nega ação do Sendero Índice |
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