São Paulo, Quarta-feira, 21 de Julho de 1999 |
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FIM DO CATIVEIRO O enfermeiro Geraldo Ribeiro, da Cruz Vermelha, passa bem Brasileiro sequestrado há 65 dias na Rússia é solto
SILVANA DE FREITAS da Sucursal de Brasília O brasileiro Geraldo Cruz Pires Ribeiro, 55, enfermeiro da Cruz Vermelha Internacional, foi libertado ontem após passar 65 dias sequestrado no sul da Rússia, em região próxima à Tchetchênia. Segundo a encarregada de negócios da embaixada brasileira em Moscou, Claudia D'Angelo, Ribeiro foi examinado por um médico da Cruz Vermelha ao chegar a Moscou, num avião do governo russo, e passa bem. Ontem mesmo, ele viajou para Genebra (Suíça), sede da Cruz Vermelha Internacional, onde será submetido a novos exames. Seu filho, Tomas Emanuel Cruz, 24, neozelandês, seguiu ontem de Brasília para Genebra. "Ele disse que perdeu alguns quilos, mas está bem", afirmou D'Angelo à Folha, de Moscou. Segundo a funcionária da embaixada, ele está com marcas de algemas nos pulsos. De acordo com seu irmão, Gabriel, que mora em Brasília, a libertação foi feita pela polícia russa. Quatro pessoas teriam sido presas, segundo agências internacionais. O Ministério do Interior da Rússia disse que o brasileiro foi solto "sem condições". Ribeiro teria dito à Cruz Vermelha que seus três sequestradores eram jovens e estavam agitados na véspera do fim do cativeiro. Desde 15 de maio, data da captura, a Cruz Vermelha alertou para a possibilidade de a motivação do sequestro ser financeira -a obtenção de resgate- e avisou não estar disposta a pagar para não incentivar ações do tipo. Entre janeiro de 97 e junho de 99, 1.046 pessoas foram sequestradas na região próxima à Tchetchênia, onde, de dezembro de 94 a agosto de 96, separatistas tentaram obter a independência. O sequestro de Geraldo Ribeiro ocorreu na cidade de Nalchick, onde dava um curso de primeiros socorros. Ribeiro também possui nacionalidade neozelandesa porque foi casado com uma mulher da Nova Zelândia, e o filho nasceu e mora naquele país. É natural de Juiz de Fora (MG) e está fora do Brasil desde 1971. Afirma ter sido perseguido durante o regime militar porque dirigia um diretório acadêmico na Universidade Federal de Minas Gerais. No exílio, seu primeiro destino foi o o Chile. Ribeiro tenta a reintegração a emprego que abandonou na época, na Caixa Econômica Federal, para voltar a morar no Brasil. O secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, enviou carta à comissão permanente de anistia do Ministério da Fazenda pedindo a revisão do processo. Segundo Gregório, trata-se de "notório caso de perseguição política". Colaborou a Reportagem Local Texto Anterior: Elio Gaspari: O doutor Quintão acha que FFH é um ator de teatro Próximo Texto: Álibi de PM é quebrado, diz polícia Índice |
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