São Paulo, Quarta-feira, 21 de Julho de 1999
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MISTÉRIO EM AL
Ex-segurança de PC sonegou que estaria de plantão na noite antes do crime
Álibi de PM é quebrado, diz polícia

ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió


Os delegados Antônio Carlos Lessa e Alcides Andrade, responsáveis pelas novas investigações sobre as mortes de Paulo César Farias, o PC, e de sua namorada, Suzana Marcolino, afirmam ter conseguido quebrar o álibi do ex-segurança do empresário Reinaldo Correia de Lima Filho.
Eles devem ouvir amanhã o depoimento de um soldado da PM identificado apenas como Núbio, que pode esclarecer o paradeiro de Reinaldo na noite do crime.
Cabo da PM alagoana, Reinaldo sonegou a informação de que estava de plantão na noite anterior e na madrugada do crime em dois depoimentos à polícia.
Ele afirmou que ficou em sua casa e que só foi para a casa de praia às 7h da manhã de domingo, 23 de junho de 1996, cerca de três horas antes de os corpos do casal serem localizados por ele.
"Nos dois depoimentos, Reinaldo sonegou a informação de que estava de plantão e utilizou-se de um álibi caseiro e fraco, que derrubamos agora", afirmou o delegado Andrade à Agência Folha.
Só ontem os delegados conseguiram oficializar que o ex-segurança estava na escala de serviço da corporação por meio de um ofício do comandante da PM alagoana, coronel Ronaldo Santos.
Os delegados vão intimar hoje para depor o soldado PM Núbio, que formaria dupla com Reinaldo no plantão da madrugada do crime. Núbio pode ajudar os delegados a esclarecer o que Reinaldo realmente fez na noite anterior e na madrugada do crime. O cabo e outros três ex-seguranças de PC estão indiciados como co-autores das duas mortes.
"A confirmação de que o Reinaldo estava de guarda é o indício mais forte de sua participação no crime. Que ele não trabalhou, nós já temos certeza", disse Andrade.
Núbio pode apontar um outro PM que poderia ter substituído Reinaldo na guarda. Tanto Núbio quanto o provável substituto de Reinaldo no trabalho terão que explicar o que o ex-segurança alegou para faltar ao trabalho.
Os delegados requereram a escala sobre o plantão de Reinaldo após receberem a informação de que a mãe do ex-segurança teria estranhado o fato de o filho ter saído de casa sem farda horas antes dos crimes.
O irmão de Reinaldo, o soldado Rinaldo, que também trabalhava na segurança de PC, foi assassinado no dia 2 de maio, dias após o início das novas investigações. O crime ainda é um mistério.
Ontem os delegados requereram à Justiça e conseguiram mais 15 dias de prazo para a conclusão das novas investigações.
Além dos depoimentos dos PMs, os delegados decidiram aguardar a perícia que será feita na quebra de sigilo telefônico de todos os envolvidos no caso.


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