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MÍDIA
Debate analisa o impacto do mercado nos cadernos
Público fragmentado provoca impasse no jornalismo cultural
DA REPORTAGEM LOCAL
O jornalismo cultural está em
crise. Um dos sintomas é a fragmentação da cobertura, cada vez
mais voltada a grupinhos e "tribos" que não dialogam entre si.
O diagnóstico, consensual, foi
apresentado anteontem à noite
no Centro Universitário Alcântara Machado por Marcelo Coelho,
colunista da Folha, Matinas Suzuki Jr., presidente do Grupo Ig, e
Daniel Piza, editor-executivo de
"O Estado de S.Paulo".
O debate faz parte das atividades da Cátedra Octavio Frias de
Oliveira, criada em homenagem
ao publisher da Folha.
Coelho, também membro do
Conselho Editoral da Folha, defendeu que o jornalismo cultural,
na ânsia de atender as demandas
de mercado, acabou por incorporar métodos da publicidade.
O texto de publicidade não visa
a fruição do leitor -sua função é
induzir ao consumo. As críticas,
segundo Coelho, incorporaram
esse viés: "É como se o texto do
jornalismo cultural me estivesse
expulsando para fora dele".
Na avaliação de Piza, "o mal do
jornalismo cultural brasileiro é o
mal a cultura brasileira: a polarização". De um lado, disse, há os
suplementos mais eruditos, editados aos domingos; de outro, cadernos feitos diariamente, voltados para o mundo pop e as variedades. "Esse é o ponto a combater", disse Piza.
Para Suzuki Jr., ex-editor-executivo da Folha e editor da Ilustrada nos anos 80, a fragmentação não é um problema do jornalismo cultural, nem é exclusivo do
Brasil. "É um problema do jornal
de papel. Não sei se ele vai conseguir dar conta dessa variedade",
diagnosticou.
A internet, por ser mais "tribal",
talvez seja a mídia dessa produção
fragmentada, segundo ele.
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