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Disputa política entre FHC e Itamar
atrasou negociação, diz senadora
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A disputa política entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido),
atrasou o início da negociação entre o governo e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) em mais de uma semana. A
avaliação foi feita ontem pela líder
do bloco de oposição, senadora
Heloísa Helena (PT-AL).
"Na quinta-feira passada, o
MST havia aceitado as condições
apresentadas pelo governo para
abrir as negociações, mas no dia
seguinte nada mais servia porque
o presidente precisava fazer bravata contra o Itamar", disse.
A senadora foi um dos interlocutores com o governo. Ela conversou por telefone com o ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário) anteontem à noite e ontem por volta do meio dia.
"Estamos revivendo algo que poderia ter sido resolvido na semana
passada." Ela afirmou que Jungmann disse que a solução para o
impasse não dependia somente
dele, mas do governo.
Segundo Heloísa Helena, na semana passada, o MST havia se
comprometido a sair da área próxima à fazenda dos filhos de FHC,
no município de Buritis (MG),
numa articulação que teve a participação do senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
"O que o governo conseguiu
além? Nada. O MST não vai desmobilizar a vigília, ninguém vai
voltar para casa antes de segunda-feira", disse, referindo-se à reunião entre o MST e o governo,
acertada pela CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil).
Devem participar da reunião,
segundo ela, representantes do
governo, do MST e da CNBB e
parlamentares petistas. "Será
uma reunião de trabalho. O MST
não está reivindicando que ministros participem. Podem ser técnicos com poder de decisão, principalmente para liberar recursos."
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