São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2000

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Disputa política entre FHC e Itamar atrasou negociação, diz senadora

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A disputa política entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido), atrasou o início da negociação entre o governo e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em mais de uma semana. A avaliação foi feita ontem pela líder do bloco de oposição, senadora Heloísa Helena (PT-AL).
"Na quinta-feira passada, o MST havia aceitado as condições apresentadas pelo governo para abrir as negociações, mas no dia seguinte nada mais servia porque o presidente precisava fazer bravata contra o Itamar", disse.
A senadora foi um dos interlocutores com o governo. Ela conversou por telefone com o ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário) anteontem à noite e ontem por volta do meio dia. "Estamos revivendo algo que poderia ter sido resolvido na semana passada." Ela afirmou que Jungmann disse que a solução para o impasse não dependia somente dele, mas do governo.
Segundo Heloísa Helena, na semana passada, o MST havia se comprometido a sair da área próxima à fazenda dos filhos de FHC, no município de Buritis (MG), numa articulação que teve a participação do senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
"O que o governo conseguiu além? Nada. O MST não vai desmobilizar a vigília, ninguém vai voltar para casa antes de segunda-feira", disse, referindo-se à reunião entre o MST e o governo, acertada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Devem participar da reunião, segundo ela, representantes do governo, do MST e da CNBB e parlamentares petistas. "Será uma reunião de trabalho. O MST não está reivindicando que ministros participem. Podem ser técnicos com poder de decisão, principalmente para liberar recursos."


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