São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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Serra diz que Mercadante está por trás de dossiê

DA SUCURSAL DO RIO

O candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, afirmou ontem, no Rio, que o dossiê contra ele foi "uma baixaria eleitoral" e teve como um dos artífices o senador petista Aloizio Mercadante, seu adversário na disputa.
"Tratou-se de uma baixaria eleitoral. Mas imediatamente para beneficiar o candidato do PT em SP. Uma baixaria organizada pelo PT, pelo presidente do PT [Ricardo Berzoini], pelo candidato do PT em SP [Mercadante] e por outros integrantes desse partido", afirmou o ex-prefeito da capital, durante o lançamento do programa de governo do presidenciável Geraldo Alckmin.
De acordo com Serra, o objetivo do dossiê, que continha fotos e gravações suas em solenidades de entregas de ambulâncias fornecidas por empresa de sanguessugas quando ele era ministro da Saúde, em 2001, era desestabilizar sua campanha eleitoral e promover a de Mercadante. "A candidatura de São Paulo, que seria diretamente beneficiada disso. O intento era esse", afirmou o tucano ao ser questionado sobre a compra do dossiê.
O Datafolha mostra que Serra lidera a disputa para governo do Estado e Mercadante é o segundo colocado na disputa.
Segundo o ex-prefeito de São Paulo o caso do dossiê envolve "delinqüentes e comercialização de baixarias". "O que temos de esperar é ação eficiente da Justiça e da Polícia Federal", afirmou o tucano.

Origem
O candidato cobrou a apuração da origem do R$ 1,7 milhão apreendido pela Polícia Federal com Gedimar Passos e Valdebran Padilha, detidos por envolvimento no esquema de compra e venda do material que compõe o dossiê de acusações contra Serra.
"É algo que envolve dinheiro, R$ 1,7 milhão, cuja origem deve ser explicada. Esse é ponto fundamental agora." Para ele, as investigações da Polícia Federal "estão andando", mas ele afirmou desconhecer o conteúdo, a não ser o que tem sido publicado em notícias de jornal.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou que as apurações serão independentes e rigorosas. O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Lacerda, disse que não sofreu pressões políticas do governo federal para evitar a investigação.
Questionado sobre comentário de Aloizio Mercadante de que o PSDB teria tentado comprar o dossiê para encobrir suposto envolvimento de integrantes do partido com sanguessugas na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Serra foi irônico: "Tadinho do Aloizio."


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