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Serra aumenta ataque contra petistas do RS
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O Rio Grande do Sul voltou a ser
o campo de batalha do horário
eleitoral da TV no final de semana. Outra vez, a administração do
PT no Estado foi a protagonista.
O presidenciável José Serra
(PSDB), que havia começado a
criticar o governo gaúcho na última terça, na noite de sábado subiu o tom dos ataques, depois que
a campanha do petista Luiz Inácio
Lula da Silva saiu em defesa do
governo -em programa reprisado ontem-, dizendo que os gaúchos estavam "magoados".
"Os gaúchos não estão magoados conosco. Estão magoados
com a administração do PT", respondeu a apresentadora da propaganda tucana. "Lula tentou fugir do debate, criando uma cortina de fumaça, como se estivéssemos criticando o Rio Grande do
Sul e seu povo. Criticamos o PT."
Ontem, o governo gaúcho reagiu aos ataques, por meio de uma
nota. "Nunca, na história política
recente do Brasil, um Estado, seu
povo e seu governo foram agredidos de forma tão vil e desqualificada. O horário eleitoral gratuito
foi usado para mentir, desmoralizar e desrespeitar", diz o texto.
"É de se questionar se este seria
o tratamento dispensado [por
Serra, se eleito" aos Estados governados por partidos que não fazem parte de sua base de apoio."
A nota afirma ainda que o programa divulga "dados falsos" sobre a administração no Estado.
O programa tucano de sábado,
mais uma vez, bateu na tecla do
"medo" de um eventual governo
petista -a tática, que começou
explicitamente com o depoimento da atriz Regina Duarte na segunda-feira, continuou ao longo
da semana com um programa
afirmando que, "em 112 anos de
presidencialismo, apenas dois
presidentes civis conseguiram
terminar o mandato: JK e FHC".
A propaganda de sábado começou mostrando imagens que ligam o governo de Olívio Dutra a
facções radicais do partido, como
uma bandeira de Cuba sendo desfraldada em uma das janelas do
Palácio Piratini, sede do governo
gaúcho, ou o secretário estadual
da Agricultura pregando uma
bandeira do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) em seu gabinete.
Foram exibidas também cenas
de manifestações que teriam sido
apoiadas por Dutra, e o governo
foi acusado de censurar a imprensa: "Quem se manifesta contra o
PT tem sido perseguido".
O programa mostrou ainda o
depoimento de uma família que
teria tido sua fazenda invadida
por sem-terra. "O medo se espalhou", dizia a narração.
O governo petista foi também
acusado de ser o responsável pela
perda da fábrica da Ford, que deixou de ser instalada no Estado, e
pelo aumento da violência.
Segundo os tucanos, "a administração do PT no Estado foi tão
grave que o partido não deixou o
atual governador, Olívio Dutra,
concorrer à reeleição". "O RS
quer se livrar do PT, o mesmo que
agora quer governar o país."
O programa de Lula, que já havia usado parte do horário eleitoral de sexta para defender o governo gaúcho, repetiu o trecho
ontem à tarde, em resposta aos tucanos. Citou números e enumerou obras do governo petista do
RS. Como os tucanos, mostrou
depoimentos de gaúchos -desta
vez, elogiando o governo do PT.
(CLÁUDIA CROITOR E LÉO GERCHMANN)
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