São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 2002

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Ciro diz temer que Lula se torne um De la Rúa

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Recém-aliado a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, o candidato derrotado a presidente Ciro Gomes (PPS) disse que teme que o petista se torne um "De la Rúa" caso decida manter o modelo econômico do governo FHC -numa referência ao ex-presidente da Argentina Fernando de la Rúa, que renunciou no ano passado em razão da crise financeira. "Tenho medo de que, quando ele olhar o rosto dessa crise, quando ele olhar a complexidade dela, haja uma variante de conciliação com essa turma que dominou o eixo do governo Fernando Henrique. O risco é De La Rúa. De La Rúa no aspecto político", afirmou Ciro ao jornal cearense ""O Povo". Na entrevista, Ciro ainda criticou o petista, por ele querer "ver o tempo passar" para não discutir a crise financeira do país. "Tudo o que o Lula deseja, e eu não acho essa a melhor atitude, é ver o tempo passar. Isso para não discutir, porque tem fragilidades conceituais graves, que talvez não dê a ele a oportunidade de enfrentar bem essa discussão", disse. "Eu espero que ele faça isso apenas como processo eleitoral, mas que para governar seja capaz de perceber isso", completou. Para Ciro, Lula, se eleito, terá um ""capital político" grande para lidar com a crise, mas que fracassará se buscar soluções ortodoxas. "A governabilidade do Serra é impossível", disse Ciro, ao afirmar que, se José Serra fosse eleito, "também aconteceria, e de forma talvez mais grave ainda".

Semana de Lula
Começou ontem a semana "mais comprida" da vida do candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. A definição foi dada pelo próprio presidenciável no início de uma carreata, na manhã de ontem, por bairros da zona sul de São Paulo: "Companheiros, essa carreata marca o início da semana mais comprida da nossa vida. E vamos acabar essa semana com a vitória", foi a única frase de Lula durante a carreata. O presidenciável chegou na concentração do ato com uma hora e meia de atraso. Abraçando eleitores, Lula apareceu sorridente, mas com aparência cansada, ao lado da mulher, Marisa.


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