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PALÁCIO EM REFORMA
Presidente e primeira-dama estão na Granja do Torto há 17 dias, mas obras não têm data para começar
Burocracia impede restauração do Alvorada
JULIA DUAILIBI
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ter oferecido
um jantar aos "patrocinadores"
da restauração do Palácio da Alvorada, não há ainda nenhum
compromisso formal entre o governo e a fundação responsável
por receber as doações para o início das obras na residência oficial
do presidente da República.
Nem sequer há uma data estimada para o início das obras, apesar de Lula e a primeira-dama,
Marisa Letícia, já terem se mudado há 17 dias para a Granja do
Torto. Em nota, a Fundação Ricardo Franco, vinculada ao Instituto Militar de Engenharia, afirmou que "até o presente momento não há informação oficial sobre
a participação do instituto ou de
sua fundação na obra de reforma
do Palácio da Alvorada".
A fundação havia sido a solução
encontrada pelo governo e pela
Abdib (Associação Brasileira de
Indústrias da Infra-Estrutura e
Indústria de Base), que está coordenando o grupo de empresas financiadoras da obra, para que o
dinheiro pudesse ser doado para a
restauração do Alvorada.
Sem essa definição, não há como iniciar a obra, estimada em
cerca de R$ 16 milhões. Entre os
entraves burocráticos está a documentação do contrato entre as
parte envolvidas para financiar a
obra. Tem de ser firmada uma
parceria entre a Abdib e as patrocinadoras, para então ser fechado
um contrato entre a associação e a
Fundação Ricardo Franco.
A dificuldade está justamente
na formalização das parcerias. O
governo e as empresas estudam a
melhor forma de fazer o contrato
para que a legalidade do recebimento das doações não seja questionada no futuro. No Planalto, a
informação é que já existe apenas
um termo de compromisso entre
associação, fundação e governo
federal. Não há, porém, uma data
prevista para o início das obras.
Segundo a Secom (Secretária de
Comunicação de Governo e Gestão Estratégica), não há atraso no
início das obras. Tudo estaria
acontecendo conforme um cronograma que não é divulgado.
A reforma do Alvorada deve ser
custeada por 23 empresas, a
maioria delas ligada à Abdib. Entre os financiadores, estão Ambev, Andrade Gutierrez, Camargo
Correa, Cutrale, Companhia Vale
do Rio Doce, Gerdau, Ipiranga,
OAS, Odebrecht, Pão de Açúcar,
Telefônica, Telemar e Unibanco.
O trabalho de divulgação da obra
ficará por conta da Quê/Next Comunicação. Nas últimas semanas,
o Alvorada está sendo preparado
para a reforma. Obras de arte e
objetos da União estão sendo catalogados para serem enviados
provisoriamente a outros lugares.
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