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outro lado
STJ nega que esteja travando apuração da PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O STJ nega estar travando
as investigações contra magistrados suspeitos de receber vantagens indevidas em
troca de sentenças favoráveis a alvos da Operação Pasárgada. Por meio da assessoria de imprensa, o STJ informou que os mais de 20 volumes do inquérito estão tramitando na Corte, tendo sido
encaminhados duas vezes ao
Ministério Público Federal.
O STJ informou ainda que
o ministro Paulo Gallotti,
responsável pelo inquérito,
já proferiu dois despachos,
um deles pedindo manifestação do Ministério Público e
outro acabando com o sigilo
das investigações.
Por se tratar de investigação com indícios de envolvimento de magistrado com
foro privilegiado, tanto a polícia quanto a Procuradoria
entendem que cabe à Justiça
delegar poderes à PF ou assumir o comando das investigações, como prevê a Lei
Orgânica da Magistratura.
Questionado por e-mail, o
STJ não respondeu o motivo
pelo qual o ministro Gallotti
ainda não determinou o
prosseguimento do trabalho
da polícia, que interrompeu
as investigações até nova ordem judicial. Informou apenas que Gallotti está doente
desde a semana passada e
que a assessoria do ministro
ainda não conversou com ele
sobre o inquérito.
O advogado do juiz federal
Weliton Militão, no entanto,
saiu em defesa do STJ. "Acho
injusto falar que é o STJ que
está segurando [as investigações]", disse Leonardo Coelho do Amaral. Ele afirmou
que mais urgente que retomar as investigações é o STJ
decidir se as provas coletadas pela PF são válidas ou
não. "Assim vai se economizar tempo, dinheiro e serviço
público. É uma questão de
racionalidade", disse.
O TRF-1, que conduziu as
investigações até o momento
em que apareceram indícios
de participação de um desembargador no esquema de
desvio de recurso público e
venda de sentenças, também
não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Nem o desembargador
Francisco de Assis Betti nem
o atual presidente do Tribunal, Jirair Meguerian, se dispuseram a falar sobre as suspeitas que pesam sobre a
Justiça Federal.
Betti nega as acusações de
que teria recebido dinheiro
para ajudar um prefeito de
Minas Gerais que teve o
mandato cassado por abuso
de poder econômico na campanha eleitoral de 2004.
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