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Deputado acredita em cisão do partido
da Reportagem Local
Integrante de uma das correntes
mais moderadas do PT, a Democracia Radical, o deputado federal
Eduardo Jorge (SP) é hoje uma
voz solitária dentro do partido.
Ele acha que o caminho para o
PT é se dividir em duas legendas,
como aconteceu com o PCI (Partido Comunista Italiano).
Na Itália, os comunistas se reagruparam em duas siglas: o PDS
(Partito della Sinistra), de centro-esquerda, e o Rifondazione Comunista, de orientação marxista-leninista. Para Jorge, atualmente
o PT não pode ser uma legenda
que abriga correntes dos mais diversos espectros ideológicos.
"Na época da resistência à ditadura militar, não havia problemas
em ter muitas tendências. Mas,
agora, o PT é um partido que quer
governar. Fica complicado. O
eleitor vota sem saber se está escolhendo uma legenda socialista-democrática ou marxista-leninista", argumenta Jorge.
Suspenso da bancada petista na
Câmara por 30 dias porque votou
contra a orientação do partido em
algumas matérias, o deputado
também defende que o PT faça
alianças mais amplas em 2000 e
2002, incluindo até o PSDB.
"Estou sozinho. Até o Genoino
me abandonou", brinca. O líder
do PT na Câmara, José Genoino
(SP), é da mesma corrente que
Jorge e condenou a atitude do colega de aceitar conversar com o
governo sobre Previdência Social.
"Eu não o deixei, ele é que abandonou a bancada", rebate Genoino, um dos políticos mais moderados do PT que está mudando
sutilmente seu perfil.
Nos últimos meses, ele tem defendido posições mais à radicais,
sobretudo no que se refere à postura da legenda em relação ao governo FHC -por exemplo, coordenou o boicote petista à reunião
de governadores com o presidente em outubro.
Cotado para ser candidato à
Presidência caso Luiz Inácio Lula
da Silva não queira, ele estaria fazendo esse movimento para ter
maior aceitação entre os radicais
petistas. Essa é a avaliação de algumas lideranças do PT.
Genoino nega. "A minha pretensão principal é disputar o governo de São Paulo. Vou para o
congresso do PT para unificar o
partido. Quero conviver com a esquerda petista."
(PA)
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