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EDUCAÇÃO
Bolsa-escola é marca de petista
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Engenheiro mecânico que detesta carros, doutor em economia
refratário a finanças, ex-reitor de
universidade que se afirmou por
deslanchar o maior e mais elogiado projeto brasileiro não para
universitários, mas para crianças:
o Bolsa-Escola.
Este é Cristovam Buarque, 58,
pernambucano de Recife, que
também deixa boas lições para o
presidente eleito, Luiz Inácio Lula
da Silva, sobre como se equilibrar
entre as responsabilidades de um
governo do PT e as pressões corporativas do próprio PT. Foi o
que ele fez como governador do
Distrito Federal (95-98).
No Espírito Santo, o petista Vítor Buaiz não resistiu a essas pressões, acabou saindo melancolicamente do governo e do próprio
partido. No DF, Cristovam suportou uma greve de professores durante 70 dias até as vésperas da
eleição de 1998, quando disputava
a volta ao governo.
Perdeu no segundo turno, mas
se manteve como a principal liderança petista na capital e continuou com o sonho de ser candidato do partido à Presidência
-como chegou a tentar em 98.
Fora do DF, porém, Cristovam
nunca foi considerado um petista
típico, absolutamente confiável
junto ao partido. Só se filiou ao PT
em fevereiro de 1990, uma década
após a fundação do partido. E, um
ano antes, havia votado em Leonel Brizola (PDT) nas primeiras
eleições diretas para presidente.
Apesar disso, tem uma boa interlocução com Lula. Acompanhou-o, inclusive, numa viagem
polêmica: o encontro em Caracas
com o presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, no final do ano
passado, quando os adversários
petistas já tentavam vincular Lula
ao desgastado Chávez.
Cristovam sempre atribui a derrota para Joaquim Roriz (PMDB),
em 1998, à sua mensagem política. Enquanto Roriz prometia 28%
de reajuste para todo o funcionalismo, o petista falava em ampliar
o Bolsa-Escola.
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