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Governo obtém R$ 9,7 bi liberados por grupo de 25
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma manobra do governo permitiu ontem a aprovação, pelo
Congresso, de modificações no
Orçamento deste ano de R$ 9,766
bilhões, entre remanejamentos e
novos recursos, mesmo com uma
presença ínfima de deputados e
senadores no período de convocação extraordinária.
O truque governista foi não ter
incluído, até o momento, a votação do Orçamento de 2006 na
pauta da convocação. Com isso,
os temas orçamentários, usualmente analisados em sessões do
Congresso, ficam a cargo de uma
comissão representativa: 17 deputados e oito senadores.
Numa situação normal, seria
necessário um quórum mínimo
de 257 dos 513 deputados e 41 dos
81 senadores para as modificações
no Orçamento. Ontem, bastava a
maioria dos membros da comissão. O governo, que não tem conseguido mobilizar seus aliados e
deve iniciar 2006 sem lei orçamentária aprovada, teve ontem
grande facilidade em alterar o que
resta da programação deste ano.
Foram 19 projetos, todos aprovados de forma simbólica -sem
contagem nominal dos votos.
Apesar de protestos, os poucos
oposicionistas não tentaram obstruir a sessão, que durou pouco
mais de duas horas, nem se manifestaram contra projetos. Estes já
haviam sido aprovados pela Comissão Mista de Orçamento, como determina o regimento.
"A oposição está aqui colaborando. Que não retribuam a colaboração com discriminação", disse o líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN). Em outras palavras: parlamentares de todos os
partidos querem ser contemplados pela tradicional liberação de
verbas de final de ano.
Os pefelistas, acusados pelo governo de boicotar o Orçamento,
foram pegos de surpresa pela manobra dos aliados do Planalto. "A
bem da verdade, eu só fui descobrir isso [que as modificações seriam decididas pela comissão]
ontem [anteontem]", disse o deputado Pauderney Avelino.
Entre os textos votados, havia
desde um de R$ 879 mil a um liberando R$ 7,1 bilhões para a área
social. Outros 18 projetos ficaram
para uma nova sessão, que deve
ocorrer hoje. Trata-se de uma tentativa do governo de apressar a
execução orçamentária no final
de um ano de arrocho recorde.
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