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Ampliação da pauta gera atrito no PT
RAQUEL ULHÔA
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A proposta dos senadores de
ampliar a pauta da convocação
extraordinária do Congresso para
incluir, entre outros temas, a proposta de emenda constitucional
que reduz o recesso parlamentar,
provocou atrito entre as presidências da Câmara e do Senado.
Autorizado pelo presidente do
Senado, José Sarney (PMDB-AP),
que está no Maranhão, o primeiro
vice-presidente da Casa, Paulo
Paim (PT-SP), procurou ontem o
presidente da Câmara, João Paulo
Cunha (PT-SP), propondo que as
duas Casas fizessem uma complementação da pauta do Executivo.
"João Paulo disse que não concorda com que seja colocada uma
vírgula a mais. Diante disso, vamos seguir à risca a pauta do presidente da República. Só espero
que a "PEC paralela" seja aprovada
até o fim de fevereiro", disse
Paim, demostrando irritação.
"Como ele [Paim] pediu para o
Executivo para fazer a convocação, ele que peça para aditar a
pauta", rebateu João Paulo.
A idéia de aditar a pauta surgiu
na segunda-feira, quando senadores governistas e da oposição
criticaram a falta de votações. Como a convocação custará R$ 50
milhões e só terá 20 dias úteis, o
gasto por dia útil é de R$ 2,5 milhões. Para os senadores, uma forma de diminuir o desgaste seria a
aprovação da redução do recesso
parlamentar de três meses para 45
dias e o fim da remuneração extra
em caso de convocação (os parlamentares ganham dois salários
extras, de R$ 12.720 cada).
O problema é que, regimentalmente, o aditamento só poderia
ser feito com a assinatura dos presidentes das duas Casas e por consenso dos líderes partidários.
João Paulo voltou a dizer que a
"PEC paralela", que atenua os
efeitos da reforma da Previdência,
não será votada em plenário até o
final da convocação (13 de fevereiro): "Se alguém vendeu a ilusão
para a sociedade de que seria possível votar em 20 dias, tem de explicar agora que não é possível".
Um dos principais defensores da
PEC e da convocação foi Paim.
Se os prazos exigidos pelo regimento forem cumpridos, a "PEC
paralela" deve estar na comissão
especial que irá analisá-la ao fim
da convocação. João Paulo não
concorda em reduzir prazos. A
única comissão a funcionar ontem foi a Comissão de Constituição e Justiça, que aprovou um
projeto de lei. Às 18h, 468 dos 513
deputados estavam na Casa.
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