|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para PFL, renúncia de
senador é a única saída
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
Apesar de continuar defendendo Antonio Carlos Magalhães publicamente, a cúpula do PFL considera que a reportagem da revista "IstoÉ" foi o golpe final no senador baiano, que não terá condições de manter seu mandato. Dirigentes do partido já começaram
a procurar ACM ontem para convencê-lo a renunciar, o que abreviaria o desgaste do PFL e do grupo político do senador na Bahia.
Na reportagem, ACM admite
ter mandado grampear o telefone
de seu desafeto Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Para o partido, é
inevitável a abertura de um processo no Conselho de Ética do Senado após a "confissão" de ACM.
Uma vez instaurado o processo,
não haverá como controlá-lo.
Além da reportagem, dirigentes
pefelistas avaliam que o depoimento de Adriana Barreto, ex-namorada do senador, irá complicar
ainda mais a sua situação.
No depoimento, que deve ocorrer hoje, Adriana promete contar
que foi grampeada e perseguida
após romper o relacionamento
com ACM.
Adriana pode repetir seu depoimento no Conselho de Ética, que
é público e pode ser transmitido
pela TV, o que aumentaria o desgaste do político baiano.
A avaliação da cúpula do PFL é
que não há alternativa a ACM a
não ser renunciar ao cargo. Se isso
ocorrer, será a segunda vez que
ele abre mão do mandato em menos de dois anos para não ser cassado. Em 2001, renunciou devido
ao seu envolvimento com a violação do painel de votações do Senado. Seu suplente é o mesmo do
mandato anterior, seu filho Antonio Carlos Magalhães Júnior, o
ACJ.
A bancada do PFL no Senado
vai se reunir na terça-feira para
avaliar o caso. Há a expectativa de
que antes disso a abertura do processo no Conselho de Ética já tenha sido pedida. Nesse caso, o
partido avalia que a pressão pela
renúncia aumentará.
Caciques pefelistas temem ser
contaminados caso o processo se
arraste por muito tempo, o que
pode aumentar a debandada de
parlamentares rumo a partidos
governistas, como o PL e o PTB.
(OTÁVIO CABRAL)
Texto Anterior: Divulgar grampo ilegal é crime, afirma ministro Próximo Texto: Pefelista nega que cogite renúncia Índice
|