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São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 2003

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Para PFL, renúncia de senador é a única saída

DO PAINEL, EM BRASÍLIA

Apesar de continuar defendendo Antonio Carlos Magalhães publicamente, a cúpula do PFL considera que a reportagem da revista "IstoÉ" foi o golpe final no senador baiano, que não terá condições de manter seu mandato. Dirigentes do partido já começaram a procurar ACM ontem para convencê-lo a renunciar, o que abreviaria o desgaste do PFL e do grupo político do senador na Bahia.
Na reportagem, ACM admite ter mandado grampear o telefone de seu desafeto Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Para o partido, é inevitável a abertura de um processo no Conselho de Ética do Senado após a "confissão" de ACM. Uma vez instaurado o processo, não haverá como controlá-lo.
Além da reportagem, dirigentes pefelistas avaliam que o depoimento de Adriana Barreto, ex-namorada do senador, irá complicar ainda mais a sua situação.
No depoimento, que deve ocorrer hoje, Adriana promete contar que foi grampeada e perseguida após romper o relacionamento com ACM.
Adriana pode repetir seu depoimento no Conselho de Ética, que é público e pode ser transmitido pela TV, o que aumentaria o desgaste do político baiano.
A avaliação da cúpula do PFL é que não há alternativa a ACM a não ser renunciar ao cargo. Se isso ocorrer, será a segunda vez que ele abre mão do mandato em menos de dois anos para não ser cassado. Em 2001, renunciou devido ao seu envolvimento com a violação do painel de votações do Senado. Seu suplente é o mesmo do mandato anterior, seu filho Antonio Carlos Magalhães Júnior, o ACJ.
A bancada do PFL no Senado vai se reunir na terça-feira para avaliar o caso. Há a expectativa de que antes disso a abertura do processo no Conselho de Ética já tenha sido pedida. Nesse caso, o partido avalia que a pressão pela renúncia aumentará.
Caciques pefelistas temem ser contaminados caso o processo se arraste por muito tempo, o que pode aumentar a debandada de parlamentares rumo a partidos governistas, como o PL e o PTB.
(OTÁVIO CABRAL)


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