DE BUENOS AIRES

A instabilidade política e econômica gerada pelas denúncias contra o ex-assessor do Palácio do Planalto Waldomiro Diniz ganharam grande destaque na mídia argentina. A edição de ontem do "La Nación" deu destaque na capa para o escândalo. "Ninguém deve ter esperado tão ansiosamente por um Carnaval como Lula na última semana", escreveu o correspondente Luis Esnal.
"O escândalo expôs à luz algo evidente: o PT, ou pelo menos alguns de seus principais dirigentes, tinham como prática a arrecadação indevida para campanhas nos territórios que governavam", afirmou o diário argentino.
Apesar de avaliar que Luiz Inácio Lula da Silva está "mais complicado" pelas novas denúncias e que as "feridas permanecerão até o fim do mandato", o jornal considera que a imagem do presidente, "apesar de golpeada, não foi afetada diretamente".
"O governo aplica uma estratégia de defesa com dois objetivos: proteger Dirceu e limitar os danos na opinião pública a oito meses das eleições municipais", explicou o diário "Página 12", que chamou o episódio de "Waldogate". "O governo conta com os próximos dias de Carnaval para recuperar o fôlego, mas todos se perguntam que sorte terá Dirceu."
Já o diário "Clarín" explicou a proibição dos bingos como uma tentativa de "recuperar a confiança dos brasileiros".
(CAROLINA VILA-NOVA)


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