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PLANALTO
Vice-presidente precisou extrair a vesícula biliar após sentir dores abdominais; operação durou quase três horas
Alencar passa por cirurgia de emergência
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O vice-presidente José Alencar,
72, foi submetido ontem de manhã a uma cirurgia de emergência
para a retirada da vesícula biliar
(órgão que acondiciona a bílis, líquido produzido pelo fígado que
participa do processo digestivo).
Alencar começou a sentir dores
abdominais na sexta, em Minas
Gerais. Chegou a ser levado para o
Rio de Janeiro, onde fica o médico
da família. Como as dores continuaram intensas, o vice-presidente chamou o gastrenterologista
Raul Cutait, que viajou até o Rio.
Ontem de madrugada, foi transferido do Hospital Copa D'Or, no
Rio, para o Sírio Libanês, em São
Paulo, onde chegou às 3h50.
Cutait, responsável pela operação, disse que Alencar "comportou-se bem durante a cirurgia, e
[o estado de saúde] está evoluindo no pós-operatório dentro do
habitual para a situação".
O médico afirmou que a intervenção cirúrgica em Alencar foi
"um pouco mais difícil" tecnicamente que o normal, em razão de
outras operações pelas quais o vice-presidente já teria passado. Ele
preferiu não mencionar quais seriam essas cirurgias. "A gente só
opera um pouco mais devagar
nessa situação", disse. Também
não está definido em quantos dias
o vice-presidente receberá alta.
Para a realização da cirurgia,
chamada colecistectomia, foi necessária a aplicação de anestesia
geral. O médico do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o cardiologista Roberto Kalil, acompanhou o procedimento cirúrgico.
A operação, que normalmente
dura pouco mais de uma hora, foi
realizada em quase três horas.
Alencar não foi submetido à laparoscopia, procedimento cirúrgico
normalmente usado para a remoção da vesícula que consiste na inserção, por meio de incisões no
abdômen, de tubos equipados
com instrumentos minúsculos e
uma pequena câmera de vídeo.
"Foi feita uma incisão, uma cirurgia clássica devido às operações anteriores dele, que fazem
com que apareçam aderências. A
laparoscopia é uma excelente via
de acesso. Mas, numa situação
dessas, em vez de simplificar, dificulta a cirurgia", disse Cutait.
O presidente conversou por telefone com Alencar pouco antes
do início da cirurgia. Lula brincou, dizendo que o problema teria
sido causado pelo excesso de comida mineira durante a visita a
Uberaba (MG) na última semana.
Horas depois, o presidente foi informado por Kalil sobre como
transcorrera a operação. A mulher de Alencar, Mariza, o filho Josué e um cunhado estiveram durante todo o dia no hospital.
O deputado federal João Caldas
(PL-AL) esteve com a família ontem. "É a urucubaca do governo",
disse na saída, em referência à crise pela qual passa o Planalto.
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