São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PLANALTO

Vice-presidente precisou extrair a vesícula biliar após sentir dores abdominais; operação durou quase três horas

Alencar passa por cirurgia de emergência

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O vice-presidente José Alencar, 72, foi submetido ontem de manhã a uma cirurgia de emergência para a retirada da vesícula biliar (órgão que acondiciona a bílis, líquido produzido pelo fígado que participa do processo digestivo).
Alencar começou a sentir dores abdominais na sexta, em Minas Gerais. Chegou a ser levado para o Rio de Janeiro, onde fica o médico da família. Como as dores continuaram intensas, o vice-presidente chamou o gastrenterologista Raul Cutait, que viajou até o Rio. Ontem de madrugada, foi transferido do Hospital Copa D'Or, no Rio, para o Sírio Libanês, em São Paulo, onde chegou às 3h50.
Cutait, responsável pela operação, disse que Alencar "comportou-se bem durante a cirurgia, e [o estado de saúde] está evoluindo no pós-operatório dentro do habitual para a situação".
O médico afirmou que a intervenção cirúrgica em Alencar foi "um pouco mais difícil" tecnicamente que o normal, em razão de outras operações pelas quais o vice-presidente já teria passado. Ele preferiu não mencionar quais seriam essas cirurgias. "A gente só opera um pouco mais devagar nessa situação", disse. Também não está definido em quantos dias o vice-presidente receberá alta.
Para a realização da cirurgia, chamada colecistectomia, foi necessária a aplicação de anestesia geral. O médico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o cardiologista Roberto Kalil, acompanhou o procedimento cirúrgico.
A operação, que normalmente dura pouco mais de uma hora, foi realizada em quase três horas. Alencar não foi submetido à laparoscopia, procedimento cirúrgico normalmente usado para a remoção da vesícula que consiste na inserção, por meio de incisões no abdômen, de tubos equipados com instrumentos minúsculos e uma pequena câmera de vídeo.
"Foi feita uma incisão, uma cirurgia clássica devido às operações anteriores dele, que fazem com que apareçam aderências. A laparoscopia é uma excelente via de acesso. Mas, numa situação dessas, em vez de simplificar, dificulta a cirurgia", disse Cutait.
O presidente conversou por telefone com Alencar pouco antes do início da cirurgia. Lula brincou, dizendo que o problema teria sido causado pelo excesso de comida mineira durante a visita a Uberaba (MG) na última semana. Horas depois, o presidente foi informado por Kalil sobre como transcorrera a operação. A mulher de Alencar, Mariza, o filho Josué e um cunhado estiveram durante todo o dia no hospital.
O deputado federal João Caldas (PL-AL) esteve com a família ontem. "É a urucubaca do governo", disse na saída, em referência à crise pela qual passa o Planalto.


Texto Anterior: Elio Gaspari: A receita anticrise de FFHH
Próximo Texto: Trabalho escravo: Terra produtiva pode ficar sem punição, diz Carta
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.