São Paulo, Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 1999
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NO AR
Sem trabalho

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Demorou, mas foi visto ontem na TV, na íntegra, o comercial da Campanha da Fraternidade. Da locução:
- São milhões de desempregados. Cada um está só. Sem trabalho, por quê?
Também se ouviu a mensagem de João Paulo 2º:
- Intoleráveis desigualdades sociais e econômicas... Sem trabalho, por quê?
Entende-se por que não se viu nem ouviu antes.

Os 230 assassinatos durante o Carnaval em São Paulo, ao que parece, acordaram a polícia paulista, que no fim-de-semana, como deu a Globo insistentemente, realizou blitz com: Polícia Militar, Civil, Florestal, a tropa de choque, mais cães e helicópteros.
Não mudou muita coisa, como a mesma Globo sublinhou. O tema, de todo modo, ganhou ares de prioridade máxima em todos os telejornais da rede, locais e nacionais.
Mas praticamente em nenhum momento deixou de ser, na cobertura, uma questão meramente policial.
No debate do Globo Comunidade de ontem, por exemplo, a violência chegou a ser lembrada, mas em frases isoladas. E os debatedores, a começar do âncora, eram especialistas em polícia -e só.

A TV São Paulo, que transmite as sessões da Câmara, mostrou cenas cômicas esta semana, com os vereadores governistas fugindo às pressas do plenário logo depois de falar. Era para não dar quórum à CPI da corrupção nas regionais da Prefeitura.
Pois não se trata mais de corrupção, tão-somente. O Jornal Nacional noticiou sábado e as Globos seguiram mostrando ontem a tentativa de assassinato do "homem que denunciou o esquema". Ele levou quatro tiros e, ontem, respirava "por aparelhos".
Não será mais tão fácil, para os vereadores governistas, fugir do plenário.


E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br




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