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NO AR
Sem trabalho
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
Demorou, mas foi visto ontem na TV, na íntegra, o comercial da Campanha da Fraternidade. Da locução:
- São milhões de desempregados. Cada um está só. Sem
trabalho, por quê?
Também se ouviu a mensagem de João Paulo 2º:
- Intoleráveis desigualdades sociais e econômicas... Sem
trabalho, por quê?
Entende-se por que não se
viu nem ouviu antes.
Os 230 assassinatos durante
o Carnaval em São Paulo, ao
que parece, acordaram a polícia paulista, que no fim-de-semana, como deu a Globo insistentemente, realizou blitz
com: Polícia Militar, Civil,
Florestal, a tropa de choque,
mais cães e helicópteros.
Não mudou muita coisa, como a mesma Globo sublinhou.
O tema, de todo modo, ganhou
ares de prioridade máxima em
todos os telejornais da rede, locais e nacionais.
Mas praticamente em nenhum momento deixou de ser,
na cobertura, uma questão
meramente policial.
No debate do Globo Comunidade de ontem, por exemplo, a violência chegou a ser
lembrada, mas em frases isoladas. E os debatedores, a começar do âncora, eram especialistas em polícia -e só.
A TV São Paulo, que transmite as sessões da Câmara,
mostrou cenas cômicas esta semana, com os vereadores governistas fugindo às pressas do
plenário logo depois de falar.
Era para não dar quórum à
CPI da corrupção nas regionais da Prefeitura.
Pois não se trata mais de corrupção, tão-somente. O Jornal
Nacional noticiou sábado e as
Globos seguiram mostrando
ontem a tentativa de assassinato do "homem que denunciou o esquema". Ele levou
quatro tiros e, ontem, respirava "por aparelhos".
Não será mais tão fácil, para
os vereadores governistas, fugir do plenário.
E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br
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