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LEGISLATIVO
Com 49 trocas de partidos no Congresso, novos parlamentares começam hoje a tratar da agenda da crise
PMDB ultrapassa o PSDB na Câmara
da Sucursal de Brasília
O PMDB foi o maior beneficiário
do troca-troca partidário ocorrido
entre a posse do novo Congresso,
em 1º de fevereiro, e o começo dos
trabalhos, hoje à tarde.
O partido, que havia elegido 82
deputados federais, ultrapassou o
PSDB de Fernando Henrique Cardoso, que saiu das urnas com 99
deputados. Agora, são 98 no
PMDB contra 95 tucanos.
A 51ª legislatura (1999-2003) já
está marcada por 47 trocas de partidos na Câmara e 2 no Senado.
Até as 19h de ontem, limite de
horário para trocar de partido, as
principais bancadas na Câmara
dos Deputados estavam assim:
PFL, 110 deputados; PMDB, 98;
PSDB, 95; PT, 59; e PPB, 55.
Além de uma provável discussão
sobre a necessidade da reforma
político-partidária, a pauta do
Congresso vai ser tomada pelos temas da crise. Assim, a urgência na
pauta da Câmara vai para votação
da emenda da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o chamado imposto sobre cheques. A CPMF é a
principal medida do pacote de
ajuste fiscal do governo.
A intenção do governo é ver a
emenda aprovada na Câmara, sem
mudanças, até o final de março. Isso permitirá que a CPMF volte a
ser cobrada no início de julho.
A proposta eleva a alíquota da
CPMF de 0,20% para 0,38% nos 12
primeiros meses de cobrança e para 0,30% nos outros 24 meses. No
primeiro ano de vigência da nova
alíquota, o governo espera arrecadar R$ 15,6 bilhões de um total de
R$ 28 bilhões do ajuste fiscal.
A primeira missão dos senadores
será a votação da indicação do economista Armínio Fraga para a presidência da Banco Central. Antes
de ter seu nome votado pelo plenário do Senado, Fraga precisa passar por uma sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).
O governo gostaria de ver o nome do novo presidente do BC
aprovado até o final da semana.
Esse desejo esbarra em questões
regimentais e políticas: a CAE ainda não foi constituída.
O PMDB tem a maior bancada
no Senado e prioridade na escolha
das comissões. O senador Fernando Bezerra (PMDB-RN), presidente da CNI (Confederação Nacional
das Indústrias), é o mais cotado
para presidir a comissão.
Mesmo tendo a terceira bancada
no Senado, o PSDB também está
de olho na presidência da CAE.
Para que a sabatina seja feita nesta semana, os líderes governistas e
da oposição no Senado precisarão
chegar a um acordo até hoje à tarde e indicar os nomes dos integrantes das comissões. Amanhã as
comissões seriam instaladas, e os
presidentes, eleitos.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
disse apoiar a intenção do governo
de apressar a sabatina de Fraga,
mas considera difícil cumprir o calendário mínimo. Para ACM, tudo
ficará para a semana que vem.
A composição das comissões na
Câmara acirrou a disputa entre os
governistas por novos filiados.
No dia 1º de fevereiro, os governistas fizeram um acordo para
permitir a eleição das Mesas da Câmara e do Senado. Para distribuição dos cargos na Mesa da Câmara, foram desconsideradas as trocas de partidos. O acordo não será
aceito para constituição das comissões.
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