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Comissão decide hoje
se finalizará relatório
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A comissão de sindicância que
investiga as atividades do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares
da Presidência da República Waldomiro Diniz decide hoje se termina ou se pede prorrogação de
prazo para fechar o relatório com
a conclusão de seus trabalhos.
Ontem, os três integrantes da
comissão -Amarildo Baesso,
Edimar Fernando de Oliveira e
Fernando Luiz Albuquerque Faria- trabalharam no Palácio do
Planalto na análise de informações colhidas desde 20 de fevereiro, data da instalação do grupo.
Segundo Baesso, presidente da
comissão, ainda há "pendências
para avaliar melhor", antes de se
decidir pela conclusão ou prorrogação da investigação.
A matéria-prima de trabalho da
comissão se compõe de depoimentos, da agenda do ex-assessor
e do extrato telefônico dos ramais
que ele utilizava quando ainda
despachava da Casa Civil.
A comissão também ouviu Antonio Carlos da Rocha Lino e
Marcelo Rovai, respectivamente
ex-presidente e diretor de marketing da GTech do Brasil. Mediante
um contrato com a Caixa Econômica Federal, a empresa opera o
sistema de loterias do Brasil.
Na época das negociações para
a renovação desse contrato, em
março de 2003, Waldomiro, conforme depoimento de Rocha, teria informado que "uma pessoa
influente no processo de renovação do contrato" iria procurá-lo
"com o objetivo de ser contratada
para permitir a concretização do
negócio".
A pessoa influente seria Rogério
Buratti, que foi secretário de Governo de Ribeirão Preto em 1994,
durante a primeira gestão do hoje
ministro Antonio Palocci Filho
(Fazenda) na prefeitura.
O então secretário deixou o cargo, a pedido, depois que a Folha
tornou pública uma gravação, feita por ele mesmo, na qual discute
com um empreiteiro a distribuição de obras públicas.
Palocci afirma que, desde então,
não tem tido mais relações pessoais nem profissionais com Buratti, mas que, no período, houve
encontros sociais.
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, disse que, seguindo a "orientação de apurar
tudo", dada pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, é provável
que a PF desmembre o inquérito
principal, que apura supostos
atos ilícitos cometidos por Waldomiro, das investigações sobre
Buratti, sobre o contrato firmado
com a GTech e sobre "o que mais
aparecer, se aparecer".
"Eu imagino isso como cenário:
um inquérito principal e novos
inquéritos para apurar eventuais
delitos que surgirem. Mas essa é
uma decisão da PF", disse Bastos.
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