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Lula lamenta invasões violentas e
defende reforma agrária pacífica
WILSON SILVEIRA
ENVIADO ESPECIAL A BALSAS (MA)
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva condenou ontem as invasões de terra feitas com violência e
defendeu uma reforma agrária
tranquila e pacífica, ao discursar
em palanque na feira agrícola
Agrobalsas, em Balsas (MA).
"Não é possível imaginar que
num país deste tamanho, com a
quantidade de terra que tem, precisa ter ocupação com violência
contra quem quer que seja. Nós
precisamos fazer uma reforma
agrária tranquila e pacífica."
No dia 19, integrantes do MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) invadiram o
engenho Prado, em Tracunhaém
(PE). Anteontem, o MST invadiu
uma agência bancária em Maceió
e uma prefeitura em Mato Grosso.
Sem citar esses casos, Lula disse
que, "para fazer justiça social neste país, não precisa ter nenhuma
briga". Segundo ele, reforma
agrária significa terra, crédito, assistência técnica e garantia de preço: "Reforma agrária não é confinar os pequenos no campo para
pegar carrapicho e carrapato".
Discursando ao lado da senadora Roseana Sarney (PFL-MA), Lula criticou as oligarquias nordestinas: "A fome causada pela seca
muitas vezes é por falta de vergonha dos governantes do nosso
país". Essas críticas, porém, não
foram dirigidas à família Sarney,
que detém a hegemonia política
no Estado desde os anos 60. Lula
começou seu discurso agradecendo à sua "querida companheira
Roseana Sarney, que não vacilou
em nenhum momento" em ajudá-lo na campanha de 2002.
Nas duas horas de viagem entre
Brasília e Balsas, Lula ficou jogando baralho com Roseana e os senadores Edison Lobão (PFL) e João Alberto (PMDB), segundo
um passageiro. Eles viajaram em
um avião Brasília. Questionada se
estava trabalhando para aproximar o PFL do governo Lula, Roseana desconversou. Afirmou apenas que apóia o governo e que
tinha dito isso ao presidente do
partido, Jorge Bornhausen (SC).
Em 15 minutos de discurso, Lula não mencionou a decisão do
Copom de manter a taxa de juros
em 26,5% ao ano. Disse apenas
que havia chegado atrasado porque estava em uma reunião "muito importante" com empresários.
Sem citar Fernando Henrique
Cardoso, que criticou a suposta
falta de agenda do governo, disse:
"Eu não tenho diploma universitário, mas este país vai ficar orgulhoso de ver como é que um torneiro mecânico formado no Senai
pode cuidar deste país melhor do
que alguns doutores que o governaram durante tantos anos".
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