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Oposição pressiona e CPI decide ouvir Jefferson na quarta
LEILA SUWWAN
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O comando da CPI acabou
cedendo à pressão da oposição e concordou em adiantar o depoimento do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) para a quarta-feira da
próxima semana. Foram
aprovados em bloco ontem
110 requerimentos que incluem a convocação de Sílvio Pereira, secretário-geral
do PT e articulador de indicações políticas no governo.
Com isso, PSDB e PFL
conseguiram uma vitória
por apressar a condução da
CPI. O presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e o relator deputado Osmar Serraglio
(PMDB-PR) tinham elaborado uma lista de 21 nomes
para serem os próximos depoentes, todos ligados só ao
caso dos Correios.
Apesar de barrar esse planejamento, a oposição viu ficar "sob análise" os requerimentos para convocar o ex-ministro da Casa Civil José
Dirceu, Waldomiro Diniz,
ex-assessor da Casa Civil flagrado cobrando propina, e o
restante da cúpula petista:
Delúbio Soares (tesoureiro)
e José Genoino (presidente).
A CPI ouviu ontem seu
primeiro depoimento, de
Maurício Marinho, o ex-chefe do Departamento de
Contratação e Administração de Material dos Correios, que foi flagrado em vídeo recebendo propina de
R$ 3.000 e acusando o PTB
de comandar um esquema
de corrupção nas estatais.
Até a manhã de ontem, 160
requerimentos foram apresentados à comissão. Desses,
110 foram aprovados em
bloco pelos 23 integrantes
que estavam presente.
No conjunto, estão aprovadas as convocações de 39
pessoas. O destaque é para
Sílvio Pereira, que poderia
fornecer, na opinião da oposição, o elo entre as indicações políticas de aliados e o
suposto esquema de corrupção em estatais.
Além dele, é convocado o
publicitário Marcos Valério,
cujas empresas DNA e
SMPB têm importantes contratos com o governo e que,
segundo Roberto Jefferson,
seria o operador do suposto
"mensalão" do PT para deputados da base aliada.
A ex-secretária de Valério
Fernanda Karina Ramos
Sommaggio também teve o
depoimento aprovado. As
datas não foram estabelecidas. O ex-diretor de Administração dos Correios Antonio Osório Batista deve depor na próxima terça, um
dia antes de Jefferson.
PFL e PSDB querem ouvir
logo em seguida Eduardo
Medeiros, ex-diretor de Tecnologia e Infra-estrutura dos
Correios, que seria ligado a
Sílvio Pereira. Em seguida,
querem ouvir Sílvio e Marcos Valério. Seguindo essa
agenda, fica frustrado o plano de Delcídio de ouvir mais
de meia dúzia de envolvidos
que a oposição classificou de
"bagrinhos".
"Não queremos ficar enchendo lingüiça com depoimentos que vão entediar a
platéia e aborrecer a opinião
pública. Querem procrastinar as investigações", disse o
líder pefelista, senador José
Agripino (RN).
O senador Arthur Virgílio,
líder do PSDB, ironizou:
"Queremos ouvir gente acima de R$ 3.000".
O comando da CPI negou
que os requerimentos em
análise se traduzem em uma
procrastinação.
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