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Proposta altera o financiamento público
Novo projeto dá poderes ao Executivo e ao Congresso de decidir os recursos públicos para campanhas
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma nova versão da reforma
política, fruto de acordo encabeçado por PT, PMDB e DEM,
dá poderes à Presidência da República e ao Congresso Nacional de fixar, a cada eleição, o
montante de recursos públicos
que poderiam ser destinados às
campanhas. A proposta, assinada também por PC do B, PPS e
PSB, está prevista para ir a voto
na semana que vem.
A versão foi apresentada como "substitutivo" ao projeto do
deputado Ronaldo Caiado
(DEM-GO), rejeitado porque
prevê o voto em lista "fechada".
O novo projeto cria uma lista
"mista", pela qual o eleitor vota
primeiro numa lista partidária
e depois, se quiser, em um candidato. Cada tipo de voto elegeria metade dos deputados.
Sobre financiamento público
de campanhas, o novo projeto
retira menção a um valor fixo e
abre a possibilidade de cifras
bem maiores serem aprovadas
pelo Congresso, sempre no ano
anterior à eleição.
O Executivo, mediante consulta à Justiça Eleitoral, fixaria
um valor e incluiria na proposta para o Orçamento. Os deputados e senadores votariam, podendo alterar o valor. Caberia
ao Executivo sancionar ou não.
O valor fixo teria sido retirado por um receio de que pudesse ser questionado judicialmente, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal. "Vai prevalecer a democracia. Se o valor
aprovado for exorbitante, o
eleitor vai se rebelar", disse
Flávio Dino (PCdoB-MA), redator da proposta ao lado de
Michel Temer (PMDB-SP) e
Pepe Vargas (PT-RS).
Pela proposta, doações privadas a partidos ou campanhas
acabariam. Haveria material de
campanha unificado e padronizado, mas deputados poderiam
pedir voto para si. Não fica claro quem pagará despesas individuais em campanha, como
combustível e alimentação.
Há outros pontos polêmicos.
Ficou mantido o dispositivo
pelo qual deputados que desejem disputar a reeleição têm
preferência no momento de
elaboração da lista, a já apelidada "regra da reeleição eterna".
Fica enterrada definitivamente
a cláusula de barreira, pelo qual
partidos precisam atingir patamar mínimo de votos.
Por pressão das legendas pequenas e médias, o dispositivo,
que poderia enxugar o número
de partidos, desapareceu.
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