|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NO AR
Graus de tolerância
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
À sua maneira, ou seja, da
maneira mais sub-reptícia
possível, FHC enfrentou ACM,
ontem na TV.
Nem citou o imperador baiano, e os telejornais preferiram
entender o discurso como aviso só ao PMDB. Mas estava lá,
no discurso à Escola Superior
de Guerra:
- Se bem a democracia implique a compreensão do outro, em certos graus de tolerância, devo dizer que a minha tolerância chegou ao limite. Chegou ao limite.
Era a resposta pedida pelo
presidente do Supremo, depois
das ameaças de ruptura institucional feitas por ACM. Prosseguiu FHC:
- Em qualquer campo, a
decisão tomada tem que ser
decisão respeitada. Não pode
ser decisão que a cada instante
seja objeto de contestação por
quem quer que seja.
À maneira furtiva de FHC,
não deixa de ser um sinal de
coragem.
FHC passou o dia a fustigar
ACM. Almoçou com Marco
Maciel, ligou para Carlos Velloso, coisas assim.
Depois do almoço, o articulador político Pimenta da Veiga anunciou que o presidente
disse não ter ficado nada satisfeito com o Congresso no primeiro semestre.
ACM, estranhamente, se encolheu. Falou que FHC podia
ligar para ele diretamente,
mas de resto preferiu alvo menos polêmico, o PT.
A legenda soltou nota dizendo que ACM "serviu à ditadura e ao governo Collor" e não
tem "autoridade moral" para
criticar o Supremo.
ACM disse que era ataque de
"ciúmes" de José Dirceu, presidente do PT.
As festas juninas esta semana, o recesso de julho depois. E
FHC, para além das palavras,
estará livre de ACM por mais
de um mês.
Dia 1º de julho, diz a Globo,
ele começa novo esforço para
recuperar sua imagem.
E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br
Texto Anterior: ACM nega ter atacado Supremo em polêmica da CPI dos Bancos Próximo Texto: STF concede nova liminar; CPI recorre Índice
|