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SISTEMA FINANCEIRO
Decisão favorece mulher de Lopes e é tomada antes de o presidente da comissão protocolar 2 recursos
STF concede nova liminar; CPI recorre
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
O STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu
nova liminar
contra a CPI dos
Bancos, beneficiando desta vez
Araci Pugliese,
mulher do ex-presidente do Banco
Central Francisco Lopes. Essa decisão foi divulgada minutos antes
de o presidente da CPI, Bello Parga
(PFL-MA), recorrer contra outras
duas liminares.
Parga foi pessoalmente ao protocolo do STF, às 18h10, para mover
os recursos contra o desbloqueio
de bens e o restabelecimento dos
sigilos bancário, fiscal e telefônico
de Lopes, determinado por Sepúlveda Pertence, e o desbloqueio dos
bens do sócio do banco FonteCindam Sérgio Leal Campos, decidido
pelo ministro Octávio Gallotti.
O STF concedeu até agora dez liminares contra a CPI. Na de ontem, relativa à mulher de Lopes, o
ministro Maurício Corrêa liberou
os bens, antes bloqueados, e determinou que a comissão lacre temporariamente todos os documentos obtidos com a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico.
Araci Pugliese é sócia da empresa
de consultoria Macrométrica, que
está sob investigação da CPI.
Parga conclamou o Supremo a
decidir "politicamente" os recursos contra a suspensão de medidas
da comissão, sob pena de provocar
um conflito entre Judiciário e Legislativo. Disse que recorrerá também contra as outras liminares.
"Não são só aspectos jurídicos
que devem ser examinados. Se há
possibilidade de conflito entre Poderes, as questões devem ser resolvidas politicamente." Segundo ele,
o STF daria "demonstração de boa
vontade".
Desde o dia 16, data da liminar
que beneficiou Lopes, o presidente
do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), ataca o STF. Segundo Parga, a eventual confirmação das liminares "será um problema de todo o Legislativo".
O presidente da CPI disse esperar que o STF aprecie rapidamente
os recursos "para não ficar configurada uma crise institucional",
mas disse que o prazo de funcionamento poderá ser prorrogado.
O senador negou o completo esvaziamento dos trabalhos da comissão pelo Supremo, mas disse
que "uma parte (dos trabalhos) ficará prejudicada" caso o tribunal
não volte atrás.
Ele responsabilizou o Ministério
Público Federal no Rio de Janeiro
pelo vazamento à imprensa de informações sobre as declarações de
Imposto de Renda de Chico Lopes.
No início da noite de ontem, o
Banco Central enviou à CPI uma
camionete carregada de documentos relativos a cerca de 20 mil contas CC-5 (de não-residentes no
país) com movimentações superiores a US$ 100 mil.
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