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PF faz acareação sobre socorro do BC
FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio
A Polícia Federal vai acarear, a
pedido da CPI dos Bancos, três
pessoas envolvidas na operação de
socorro do Banco Central aos bancos Marka e FonteCindam: o ex-diretor de Fiscalização do BC Cláudio Mauch, o ex-presidente do
FonteCindam Luiz Antônio Andrade Gonçalves e a chefe do Departamento de Fiscalização do BC,
Tereza Grossi.
Os três serão ouvidos pelo delegado da PF Luiz Pontel, que preside o inquérito sobre o caso. A acareação está prevista para o mês de
julho, em Brasília.
Mauch, Gonçalves e Grossi já foram ouvidos pela CPI, que solicitou a acareação por ter encontrado
pontos divergentes nos depoimentos deles.
Mauch, por exemplo, disse que
não teve conhecimento "dos termos e detalhes" das negociações
do BC com os dois bancos, limitando-se a determinar os levantamentos relativos à fiscalização.
Gonçalves o contradisse. Afirmou que tratou com Mauch, pelo
telefone, de todas as negociações
relativas ao FonteCindam.
Outra contradição: Mauch disse
não saber do socorro aos fundos
do FonteCindam, mas Gonçalves
afirmou que avisou Mauch da operação.
Mauch disse também que, para o
fechamento do socorro ao Marka e
ao FonteCindam, o assunto foi discutido preliminarmente pela área
jurídica do BC. Na versão de Tereza Grossi, o assunto só foi para a
área jurídica depois que tudo já estava resolvido na Fiscalização.
Outro ponto a ser esclarecido é a
ida de fiscais do BC ao FonteCindam. Gonçalves entregou à CPI o
comprovante de que os fiscais estiveram no banco e disse que eles conheciam a situação financeira do
FonteCindam.
A versão do BC para a CPI foi outra: Mauch disse que não houve
tempo para fiscalizar o FonteCindam, e Grossi confirmou dizendo
que não houve fiscalização nas
contas da instituição.
A falta de tempo para fiscalizar o
FonteCindam foi uma das principais justificativas do BC para o fato
de ter vendido ao banco US$ 790
milhões por cotação abaixo da de
mercado na época.
Ontem, o delegado Pontel tomou
no Rio o depoimento de Luiz Augusto Bragança, amigo de Francisco Lopes.
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