São Paulo, Terça-feira, 22 de Junho de 1999
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PF faz acareação sobre socorro do BC

FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio

A Polícia Federal vai acarear, a pedido da CPI dos Bancos, três pessoas envolvidas na operação de socorro do Banco Central aos bancos Marka e FonteCindam: o ex-diretor de Fiscalização do BC Cláudio Mauch, o ex-presidente do FonteCindam Luiz Antônio Andrade Gonçalves e a chefe do Departamento de Fiscalização do BC, Tereza Grossi.
Os três serão ouvidos pelo delegado da PF Luiz Pontel, que preside o inquérito sobre o caso. A acareação está prevista para o mês de julho, em Brasília.
Mauch, Gonçalves e Grossi já foram ouvidos pela CPI, que solicitou a acareação por ter encontrado pontos divergentes nos depoimentos deles.
Mauch, por exemplo, disse que não teve conhecimento "dos termos e detalhes" das negociações do BC com os dois bancos, limitando-se a determinar os levantamentos relativos à fiscalização.
Gonçalves o contradisse. Afirmou que tratou com Mauch, pelo telefone, de todas as negociações relativas ao FonteCindam.
Outra contradição: Mauch disse não saber do socorro aos fundos do FonteCindam, mas Gonçalves afirmou que avisou Mauch da operação.
Mauch disse também que, para o fechamento do socorro ao Marka e ao FonteCindam, o assunto foi discutido preliminarmente pela área jurídica do BC. Na versão de Tereza Grossi, o assunto só foi para a área jurídica depois que tudo já estava resolvido na Fiscalização.
Outro ponto a ser esclarecido é a ida de fiscais do BC ao FonteCindam. Gonçalves entregou à CPI o comprovante de que os fiscais estiveram no banco e disse que eles conheciam a situação financeira do FonteCindam.
A versão do BC para a CPI foi outra: Mauch disse que não houve tempo para fiscalizar o FonteCindam, e Grossi confirmou dizendo que não houve fiscalização nas contas da instituição.
A falta de tempo para fiscalizar o FonteCindam foi uma das principais justificativas do BC para o fato de ter vendido ao banco US$ 790 milhões por cotação abaixo da de mercado na época.
Ontem, o delegado Pontel tomou no Rio o depoimento de Luiz Augusto Bragança, amigo de Francisco Lopes.


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