|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INVESTIGAÇÃO
Papéis ligam a grupo de senador
Receita investigará
cheques de empresas
FLÁVIA DE LEON
da Sucursal de Brasília
A Receita Federal investigará os destinatários dos cheques
da Incal Incorporações e da
Ikal Construções S/A lançados em contabilidade como enviados à financeira panamenha International Real State Investments.
Entre 55 pagamentos, pelo menos 19 foram parar em empresas
do senador Luiz Estevão de Oliveira (PMDB-DF), dono do Grupo
OK. Requerimento pedindo a investigação deverá ser aprovado
hoje pela CPI do Judiciário.
Essa foi a forma encontrada pela
CPI para aprofundar a investigação sobre as relações de Estevão
com as empreiteiras, que ganharam a construção do Fórum Trabalhista de São Paulo sem ao menos participar da licitação.
Entregar o trabalho para a Receita é uma saída confortável, porque
evita novo confronto partidário
-na semana passada o presidente
do PMDB, senador Jader Barbalho
(PA), saiu em defesa de Estevão.
Como Incal e Ikal enganaram o
fisco ao dizer que mandaram dinheiro para o exterior, os pagamentos têm de ser investigados.
O fórum recebeu R$ 222 milhões
do Orçamento da União até março
de 98, excluídos os pagamentos referentes a aditivos aprovados pelo
Tribunal Regional do Trabalho de
São Paulo. Mas, segundo a contabilidade da Ikal, só R$ 60 milhões
foram aplicados até o final de 97.
Estevão tem dito que suas empresas mantêm "negócios regulares" com as de Monteiro de Barros,
seu amigo. Em carta à CPI, disse
que somam cerca de R$ 25 milhões
e nada têm a ver com o fórum.
Como se nega a revelar detalhes
desses negócios e a construção do
fórum era a única fonte de renda
da Incal e Ikal até meados de 97, há
a suspeita de que empreiteiras de
Estevão ajudaram na obra.
Outra suspeita é que Monteiro de
Barros tenha pago comissão a empresas derrotadas na licitação. Estevão participou em um consórcio.
Texto Anterior: PF faz acareação sobre socorro do BC Próximo Texto: Ex-senador Palmeira será ministro do TCU Índice
|