São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2005

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Aleluia defende afastamento do presidente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (PFL-BA), endureceu o discurso e pediu ontem o afastamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A palavra impeachment, no entanto, foi pronunciada com cuidado no discurso de 15 minutos da tribuna da Câmara. Aleluia afirmou não ser ainda o momento de entrar com o processo, mas associou o afastamento do presidente a justiça: "Não vim aqui pedir a cassação do presidente Lula. Não vim pedir o impeachment, mas se a legalidade existir ele será afastado. O Congresso Nacional não pode deixar que as instituições não funcionem".
Líder de um bloco de 111 deputados de PFL, PSDB e Prona, Aleluia acrescentou: "Será muito difícil levar o governo até o fim. [...] Lula traiu a esperança do povo brasileiro e será julgado por isso". Informativos com a hora em que a fala ocorreria foram distribuídos aos jornalistas com antecedência, o que raramente acontece.
Antes, a oposição vinha criticando duramente o PT e o governo, mas poupando a figura do presidente e jamais cogitando um processo de impeachment. A situação mudou, segundo Aleluia. O estopim foi a entrevista de Lula a uma produtora brasileira na França, exibida no último domingo pela Rede Globo, em que ele justifica o "caixa dois" do PT por ser feito por todos os partidos.
O presidente, de acordo com o deputado pefelista, é responsável por todo o suposto esquema de corrupção: "O chefe de tudo isso sempre foi Lula. [...] Lula está querendo passar a idéia de que é autista. Ele não é autista nem bobo".
FÁBIO ZANINI

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