São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2001

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Sindicatos mantêm greve marcada para hoje

SANDRO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O reajuste linear de 3,5% para o funcionalismo não mudou os planos dos sindicatos de servidores. Eles mantiveram a greve marcada para hoje. Os servidores querem reajuste de 75,48%, cálculo que apresentaram para as perdas acumuladas de 1995 a 2000.
Em reunião realizada ontem à noite, a Cnesf (Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais), órgão responsável pelo comando da greve, confirmou a proposta de paralisação por tempo indeterminado.
A Cnesf considera que, após quase sete anos sem reajuste linear, não bastam os 3,5% anunciados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. "Essa proposta é uma brincadeira e nos motiva para a greve", disse Ednaldo Pereira, membro da Cnesf.

Professores
As primeiras categorias a aderir à greve foram os professores das universidades federais e os servidores do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da Justiça. Em quatro Estados -São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro-, os servidores da Justiça decidiram pela greve.
Das 56 instituições federais de ensino superior, seis já deflagraram greve. De acordo com Roberto Leher, presidente da Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), o comando nacional de greve se reunirá em Brasília no próximo dia 23 e a expectativa é que os professores de mais 37 instituições engrossem a greve.
Além da pauta geral de reivindicações dos servidores públicos federais, os professores querem a incorporação de gratificações ao salário e a manutenção da estabilidade e das atuais regras de aposentadoria.
Para Luís Fernando Viegas, diretor do Sindicato Nacional do IBGE, a perspectiva é a de que 80% dos funcionários do órgão em todo o Brasil parem já no primeiro dia, pois quase todas as assembléias nos Estados decidiram pela greve.

Banco Central
Os funcionários do Banco Central realizam assembléia pela manhã para decidir se entram em greve junto com os servidores públicos federais.
Há 14 dias em greve, os funcionários da Previdência Social paralisaram os postos em 20 Estados e no Distrito Federal. Segundo a Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), em Porto Alegre, Florianópolis, Recife, João Pessoa, Manaus, Salvador, Fortaleza, Goiânia e Natal todos os funcionários estão parados. Em São Paulo, 95% dos funcionários aderiram ao movimento.
Também estão em greve os funcionários das universidades federais. De acordo com a Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras), a paralisação já atinge 41 universidades.


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