São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2001

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PFL e PMDB criticam 3,5% para servidores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PFL e o PMDB, dois dos principais partidos da base de sustentação do governo, se aliaram ontem à oposição e atacaram a proposta de reajuste linear de 3,5% dos salários dos servidores públicos federais. As duas siglas prometem aumentar esse índice quando o projeto for discutido no Congresso.
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), disse que o partido não aceita o índice anunciado por Fernando Henrique Cardoso. "Isso é muito pouco. É um desestímulo ao servidor público, que está há sete anos sem aumento e acumula perdas salariais de 75%", afirmou.
"Dificilmente essa proposta satisfará a comissão", disse o presidente da Comissão Mista de Orçamento, senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), que criará um grupo para estudar fontes para pagar um reajuste maior.
Os congressistas temem que o baixo índice concedido aos funcionários públicos influencie o aumento do salário mínimo, que também estará no projeto de Orçamento da União de 2002, a ser enviado ao Congresso na próxima semana. Parlamentares dizem que, segundo informações de técnicos do governo, o mínimo não deverá ter aumento real.
Segundo Inocêncio, os congressistas vão encontrar no Orçamento de 2002 meios para bancar um reajuste maior para os servidores. "É sempre assim: os alquimistas do governo escondem os recursos, mas nós os achamos", ironizou. ""Esse é o problema. O Congresso aumenta receita, essa receita não se concretiza e o governo é acusado de contingenciar gastos", rebateu o líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP). "Ficou evidente que o governo colocou o cobertor curto no Congresso: ou damos aumento para os servidores ou para o mínimo", afirmou o líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA). (LUIZA DAMÉ)



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