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Ciro e Brizola discutem fusão do PDT
com o PPS para sobreviverem a 2002
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O tema mais recorrente nos encontros entre Leonel Brizola
(PDT) e Ciro Gomes (PPS) é a
eventual fusão de seus partidos.
Ainda não sabem quando será
possível, mas concordam que é o
caminho natural de siglas médias
e pequenas se aglutinarem -antes ou depois da eleição de 2002.
O tema foi discutido numa reunião anteontem, no Rio, entre Ciro, Brizola e o governador de Minas Gerais, Itamar Franco
(PMDB). Outro partido sondado
pelo PDT para uma fusão é o PL.
A preocupação de todos é com a
lei 9.096, de 1995. Embora exista
controvérsia jurídica a respeito, é
quase certo que uma das cláusulas
da lei possa vigorar já a partir da
eleição do ano que vem.
Trata-se da cláusula de desempenho eleitoral. O partido que
não obtiver 5% dos votos para deputados federais no país inteiro
(tendo pelo menos 2% em nove
Estados) ficará em 2003 quase
sem tempo de TV (só dois minutos por semestre) e terá de compartilhar 1% do Fundo Partidário
com todas as siglas pequenas.
"Achamos que essa cláusula só
valerá a partir de 2006, mas temos
de nos preparar desde já", diz o
deputado federal Vivaldo Barbosa (PDT-RJ), principal interlocutor político de Brizola em Brasília.
Na eleição mais recente, a de
prefeitos no ano passado, apenas
sete partidos conseguiram obter
mais de 5% dos votos no país.
Cinco foram siglas governistas
(PSDB, PMDB, PFL, PPB e PTB) e
duas de oposição (PT e PDT).
A situação se deteriorou muito
para o PDT, que tem definhado
no Congresso. Depois de eleger 25
deputados em 1998, no início desta semana o partido estava com
apenas 17 deputados na Câmara.
"Nossa preocupação e a de Leonel Brizola tem sido não apenas
uma vitória eleitoral, mas também a construção de uma base de
apoio no Congresso", disse ontem Ciro em Brasília.
Ele acha que uma aliança entre
PDT, PPS e PTB poderia fazer
uma bancada de 130 deputados
federais. Esses três partidos, possivelmente, estarão juntos com
Ciro na eleição presidencial e hoje
têm apenas 56 deputados. "Se não
formos bem, desgraçadamente
faremos pelo menos 70 deputados", disse Ciro.
Itamar
A presença de Itamar Franco
numa coalizão oposicionista poderia alavancar a expectativa de
Ciro. Itamar tem mantido contato
frequente com ele. Ontem, ambos
conversaram ao telefone. O governador de Minas procurou Ciro
para relatar que havia sido cancelado um encontro com o presidente licenciado do PT, deputado
federal José Dirceu.
"Acho que o PT ainda não absorveu direito a necessidade de
uma ampla aliança", diz o deputado pedetista Vivaldo Barbosa.
Ontem à noite seria realizada
mais uma importante conversa
sobre aproximação de partidos. A
bancada federal do PL receberia
Ciro para um jantar em um restaurante de Brasília.
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