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CONGRESSO
Projeto que põe fim a efeito cascata está pronto para ir a plenário
FHC discute votação do PIS/Pasep
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso receberá amanhã o
presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), para tratar da
votação do projeto que acaba com
o efeito cascata na cobrança do
PIS/Pasep, considerado a etapa
inicial da reforma tributária.
O projeto está pronto para ser
votado no plenário da Câmara,
mas enfrenta oposição da agroindústria e do setor de serviços, que
teriam aumento da carga tributária com a mudança nas regras de
cobrança do PIS/Pasep. Além das
resistências, a campanha eleitoral,
que tira os deputados de Brasília,
dificulta a votação da proposta,
defendida pelos principais candidatos à sucessão de FHC.
Outro obstáculo é a medida
provisória que trata do parcelamento de dívidas de tributos federais, cujo prazo de votação está
vencido. Ou seja, nenhuma proposta pode ser votada no plenário
da Câmara antes dessa MP, que
ainda está sendo negociada pelo
relator, deputado Armando Monteiro (PMDB-PE).
Na próxima semana, Aécio vai
tentar colocar em votação o projeto que acaba com o efeito cascata
(cobrança do tributo em todas as
etapas da cadeia produtiva sem
compensação) do PIS/Pasep.
Pela proposta, as exportações
serão isentas da cobrança dessa
contribuição, que terá alíquota
única de 1,65% sobre o faturamento das empresas. Atualmente, a alíquota é de 0,65% e incide
em todas as etapas da produção.
O fim da chamada cumulatividade do PIS/Pasep servirá de modelo para a mudança nas regras
de cobrança de outros tributos.
Segundo o texto, em 14 meses, o
governo -dependendo dos resultados do PIS/Pasep- mandará para o Congresso proposta acabando com o efeito cascata da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade).
O relator do projeto na Comissão de Finanças e Tributação, deputado Armando Monteiro, disse
que a experiência do PIS/Pasep
será "um bom laboratório de estudos" para estender o princípio
da não cumulatividade a outros
tributos e contribuintes.
Segundo deputados que defendem o projeto, o fim da cumulatividade favorecerá o setor produtivo, especialmente as exportações.
O que ocorre hoje é que, com a cumulatividade, os produtos brasileiros não são competitivos no exterior, porque seus preços levam
embutidos o custo desses tributos. E hoje as importações não pagam Cofins e PIS/Pasep.
O problema é que a agroindústria não se beneficia do fim da cumulatividade, porque compra basicamente de pessoa física, não
sujeita ao pagamento de PIS/Pasep e não tem como compensar o
tributo pago. Setores da agroindústria -álcool, açúcar e laranja- têm participação importante
nas exportações brasileiras.
O governo concordou em testar
a proposta apenas no PIS/Pasep
para evitar perda de arrecadação.
PIS/Pasep e Cofins representam
cerca de 20% da arrecadação total
de tributos federais.
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