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Presidente admite até mudança por MP
DO ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU
O presidente Fernando Henrique Cardoso não descarta a hipótese de utilizar uma medida provisória para fazer a chamada minirreforma tributária, que está
para ser votada pelo Congresso.
Mas FHC diz que, antes de enviar a MP, consultará "forças econômicas e políticas, para saber da
viabilidade ou não da iniciativa".
O presidente acha que tributo
não é um tema que possa ser imposto. "Necessita certo consenso", afirmou ontem, em entrevista coletiva em Montevidéu.
De todo modo, FHC se disse
"esperançoso" de que o Congresso aprove o projeto de lei que está
em tramitação, o que dispensaria
a medida provisória.
O presidente não acha que "mini" seja um qualificativo adequado para a reforma tributária.
"Não é propriamente mini, porque se trata de um passo inicial,
mas importante, para acabar com
os impostos em cascata", disse. É
alusão ao fato de que a reforma
acaba primeiro com o PIS e, depois, com o Cofins, tributos que
incidem em várias etapas do processo econômico.
Bate-boca
A questão tributária deu origem, também, a um bate-boca entre o secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, e o senador Ramez Tebet (PMDB-MS), presidente do Senado e, como tal, do
Congresso.
Na véspera, Maciel criticara a
"falta de profissionalismo" do
Congresso, ao aprovar modificação na tabela do Imposto de Renda que, no entanto, por defeito de
redação, caduca em 2002.
Tebet, que acompanhou FHC
na viagem a Montevidéu, rebateu:
"Acho o Everardo muito inteligente para dizer as bobagens que
disse".
Para o presidente do Senado, a
crítica de Everardo equivale ao
"sujo falar mal do mal-lavado". É
alusão ao fato de que o presidente
sancionou a reforma votada pelo
Congresso, sem que o secretário
da Receita tivesse interferido para
corrigir o erro cometido pelos
parlamentares.
(CLÓVIS ROSSI)
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