São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002

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Presidente admite até mudança por MP

DO ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU

O presidente Fernando Henrique Cardoso não descarta a hipótese de utilizar uma medida provisória para fazer a chamada minirreforma tributária, que está para ser votada pelo Congresso.
Mas FHC diz que, antes de enviar a MP, consultará "forças econômicas e políticas, para saber da viabilidade ou não da iniciativa".
O presidente acha que tributo não é um tema que possa ser imposto. "Necessita certo consenso", afirmou ontem, em entrevista coletiva em Montevidéu.
De todo modo, FHC se disse "esperançoso" de que o Congresso aprove o projeto de lei que está em tramitação, o que dispensaria a medida provisória.
O presidente não acha que "mini" seja um qualificativo adequado para a reforma tributária.
"Não é propriamente mini, porque se trata de um passo inicial, mas importante, para acabar com os impostos em cascata", disse. É alusão ao fato de que a reforma acaba primeiro com o PIS e, depois, com o Cofins, tributos que incidem em várias etapas do processo econômico.

Bate-boca
A questão tributária deu origem, também, a um bate-boca entre o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, e o senador Ramez Tebet (PMDB-MS), presidente do Senado e, como tal, do Congresso.
Na véspera, Maciel criticara a "falta de profissionalismo" do Congresso, ao aprovar modificação na tabela do Imposto de Renda que, no entanto, por defeito de redação, caduca em 2002.
Tebet, que acompanhou FHC na viagem a Montevidéu, rebateu: "Acho o Everardo muito inteligente para dizer as bobagens que disse".
Para o presidente do Senado, a crítica de Everardo equivale ao "sujo falar mal do mal-lavado". É alusão ao fato de que o presidente sancionou a reforma votada pelo Congresso, sem que o secretário da Receita tivesse interferido para corrigir o erro cometido pelos parlamentares. (CLÓVIS ROSSI)


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