São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002

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Inquérito policial é arquivado

DA REPORTAGEM LOCAL

A juíza federal Adriana Pileggi de Soveral, da 8ª Vara Criminal de São Paulo, determinou o arquivamento de inquérito policial instaurado pela Polícia Federal a pedido do juiz Gilberto Rodrigues Jordan, em janeiro último.
A investigação foi uma tentativa do juiz de evitar a publicação de reportagem da Folha sobre a decisão judicial que o beneficiou.
O inquérito foi aberto depois que Jordan foi entrevistado, em seu gabinete no TRF, onde atuava como juiz convocado, sobre ação popular ajuizada pelo advogado paulista Luiz Fernando Bomfim, que pretendia anular a operação, um ato que considerou "lesivo ao patrimônio do trabalhador, bem como à moralidade pública".
Jordan entendeu que a divulgação do assunto poderia trazer-lhe "prejuízos incalculáveis". Enviou, então, notícia-crime à Polícia Federal. O inquérito foi instaurado por portaria do delegado Marcelo Salum, que notificou o jornalista antes da veiculação da reportagem. Salum colheu as declarações do repórter e as do advogado Bomfim no dia 7 de fevereiro, quatro dias depois da publicação.
A ação proposta por Bomfim contra a Caixa Econômica Federal foi indeferida, e o Ministério Público recorreu.
A juíza Adriana Soveral acolheu o pedido do Ministério Público Federal de arquivamento do inquérito policial, ao considerar que não havia na ação popular e na reportagem nenhuma ofensa pessoal dirigida a Jordan ou aos outros juízes.
A investigação foi instaurada na 13ª Delegacia de Polícia Fazendária e registrada no Tribunal Regional Federal como inquérito para "apurar responsabilidade" da Caixa Econômica Federal, que figura no processo como "réu" (sic) pela prática de eventuais crimes de difamação e injúria. (FV)



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