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HORÁRIO ELEITORAL
Ciro quer responder a Serra, que contesta publicidade do PT
Estréia da propaganda abre corrida de recursos aos TSE
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após a estréia da propaganda eleitoral na TV e no rádio,
os presidenciáveis recorreram
ontem ao "tapetão" para tentar
suspender parte da publicidade
do adversário ou ocupar espaço
destinado ao concorrente. O TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) recebeu quatro recursos, dois deles
pedidos de direito de resposta.
Ciro Gomes (PPS) e José Serra
(PSDB) transferiram para o campo judicial a disputa que travam
por votos, trocando acusações de
desrespeito à legislação eleitoral.
A propaganda de Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) foi alvo de ataques
da Petrobras e de Serra.
No final da tarde de ontem, os
advogados de Ciro apresentaram
um pedido de direito de resposta
contra o programa de Serra veiculado anteontem à noite na TV, em
que o tucano exibiu declarações
críticas do próprio presidenciável
do PPS sobre políticos aos quais
ele agora está aliado.
Os advogados questionaram
particularmente a veiculação de
uma resposta de Ciro a um ouvinte durante entrevista na Bahia sobre o apoio que recebe do ex-senador Antonio Carlos Magalhães,
sem a apresentação da pergunta.
O ouvinte havia perguntado se o
candidato queria ser presidente
da Suíça, porque ele dissera que
não daria cargos aos aliados se
fosse eleito. A resposta foi: "Lá é
parlamentarista. É só um aviso aí
para esses petistas furibundos.
Tem que fazer as perguntas com
um pouco mais de cuidado para
largar de ser burro".
Os advogados argumentam que
a equipe de Serra fez "montagem
de áudio que distorceu a realidade, com o nítido propósito de injuriar" Ciro. Teria havido ofensa à
reputação, à dignidade e ao decoro do candidato.
Eles pediram um minuto do
tempo de Serra como direito de
resposta, a proibição de uso de
voz e imagem que o denigram e a
perda do tempo do programa e o
dobro das inserções (comerciais
ao longo da programação) que
continham o ataque.
O programa de Serra deve voltar ao assunto hoje, mostrando o
ouvinte que fez a pergunta a Ciro
na rádio baiana.
Serra, por sua vez, moveu representação contra Ciro porque ele
teria aparecido na propaganda do
candidato ao governo de São Paulo Antonio Cabrera (PTB).
Os advogados sustentaram que
ele fez propaganda dissimulada
de sua candidatura ao Planalto
em horário destinado à publicidade da disputa ao governo. Pedem
que Ciro, como punição, perca
tempo de seu horário eleitoral.
Na mesma linha, Serra acusou
Lula de utilizar indevidamente as
propagandas dos candidatos ao
governo de Pernambuco e ao Senado apoiados pelo PT. Nesse caso, também foi pedida a perda no
Estado de inserções de Lula para
compensar a aparição supostamente ilegal.
A Petrobras pediu direito de
resposta contra Lula porque o petista criticara anteontem o fato de
a empresa ter decidido construir
uma plataforma em Cingapura.
O programa de Serra foi criticado por aliados de Ciro e levou o
presidente do PPS, Roberto Freire, a divulgar uma nota, no qual
afirmou que o programa de Serra
se resumiu "a um ato de agressão
à figura pública" de Ciro.
Para Freire, o programa rompeu o compromisso com uma
campanha de alto nível e abandonou as proposições, representando a "sucumbência da política ao
desespero, este manipulado pelo
marketing". "Quem transforma
os graves problemas nacionais em
mercadoria de consumo fácil demonstra não estar preparado para governar o Brasil."
O presidente nacional do PFL,
senador Jorge Bornhausen (SC),
disse que, ao atacar Ciro, o candidato tucano beneficia Lula. "O
horário eleitoral estreou de forma
normal, à exceção do programa
de José Serra, que -nanico de votos- virou laranja de Lula", disse
ele, por meio de sua assessoria.
"Direito de espernear ele terá
sempre. Não é baixar o nível, é dizer quem é esse transformista que
diz mentiras toda hora", disse o
presidente do PSDB, José Aníbal.
Colaborou LILIAN CHRISTOFOLETTI,
da Reportagem Local
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