São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Alckmin defende ação de promotores

FABRÍCIO FREIRE GOMES
DA FOLHA RIBEIRÃO, EM BARRETOS

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) defendeu ontem, em Barretos, a postura do Ministério Público de São Paulo, que divulgou o teor do depoimento do advogado Rogério Buratti para a imprensa. A atitude foi criticada pelo ministro Antonio Palocci.
O governador considera que não houve nenhum abuso. "A função do Ministério Público é justamente defender o interesse público. É preciso continuar as investigações com cautela e sem precipitações", disse.
O governador paulista não acompanhou a entrevista de ontem em que Palocci afirmou que continua no cargo com total confiança do presidente Lula. No momento da entrevista, Alckmin estava visitando um hospital com o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), no bairro Cidade Tiradentes, em São Paulo.
Em relação à permanência de Palocci no cargo e aos reflexos na política econômica do país, Alckmin afirmou que é preciso ter cautela, mas as investigações devem prosseguir. "Cargo de ministro é de confiança. Cabe ao presidente manter ou não [Palocci]. Por enquanto, é preciso aguardar o encaminhamento de tudo isso."
Para Alckmin, o Brasil está perdendo uma chance de crescimento econômico por conta da instabilidade política interna. "Nos últimos 70 anos, o mundo nunca teve uma liquidez econômica como agora. A China cresceu 16% neste ano e o Brasil está perdendo essa oportunidade desde antes [das denúncias contra Palocci feitas por Rogério Buratti]."
Alckmin também reagiu à declaração de Lula, que anteontem disse que seu governo é vítima de "leviandades" e de "jogo rasteiro". Para o tucano, Lula não assume a responsabilidade de ser governo. "[Ele] não tem de transferir a crise para terceiros. [A crise] não é do país, é do governo e do PT." Questionado sobre o papel da oposição, disse que ela tem agido com "absoluta maturidade".
Serra evitou comentar a entrevista de Palocci. Disse que sua eventual saída do governo é algo que deve ser examinado entre Lula e o ministro. Porém afirmou que ele tem sido um dos ministros de maior credibilidade no governo. Sobre Lula ter dito que seu governo é vítima de "leviandades", Serra disse que é um assunto de simples esclarecimento. "Basta dizer quem traiu quem, falar menos metaforicamente e dizer diretamente aquilo que tem a dizer."


Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/A defesa do ministro: Procurador de SP nega abuso e culpa polícia
Próximo Texto: Procurador-geral critica atuação de Promotoria
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.