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Alckmin defende ação de promotores
FABRÍCIO FREIRE GOMES
DA FOLHA RIBEIRÃO, EM BARRETOS
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador Geraldo Alckmin
(PSDB-SP) defendeu ontem, em
Barretos, a postura do Ministério
Público de São Paulo, que divulgou o teor do depoimento do advogado Rogério Buratti para a imprensa. A atitude foi criticada pelo
ministro Antonio Palocci.
O governador considera que
não houve nenhum abuso. "A
função do Ministério Público é
justamente defender o interesse
público. É preciso continuar as investigações com cautela e sem
precipitações", disse.
O governador paulista não
acompanhou a entrevista de ontem em que Palocci afirmou que
continua no cargo com total confiança do presidente Lula. No momento da entrevista, Alckmin estava visitando um hospital com o
prefeito de São Paulo, José Serra
(PSDB), no bairro Cidade Tiradentes, em São Paulo.
Em relação à permanência de
Palocci no cargo e aos reflexos na
política econômica do país, Alckmin afirmou que é preciso ter
cautela, mas as investigações devem prosseguir. "Cargo de ministro é de confiança. Cabe ao presidente manter ou não [Palocci].
Por enquanto, é preciso aguardar
o encaminhamento de tudo isso."
Para Alckmin, o Brasil está perdendo uma chance de crescimento econômico por conta da instabilidade política interna. "Nos últimos 70 anos, o mundo nunca teve uma liquidez econômica como
agora. A China cresceu 16% neste
ano e o Brasil está perdendo essa
oportunidade desde antes [das
denúncias contra Palocci feitas
por Rogério Buratti]."
Alckmin também reagiu à declaração de Lula, que anteontem
disse que seu governo é vítima de
"leviandades" e de "jogo rasteiro". Para o tucano, Lula não assume a responsabilidade de ser governo. "[Ele] não tem de transferir a crise para terceiros. [A crise]
não é do país, é do governo e do
PT." Questionado sobre o papel
da oposição, disse que ela tem agido com "absoluta maturidade".
Serra evitou comentar a entrevista de Palocci. Disse que sua
eventual saída do governo é algo
que deve ser examinado entre Lula e o ministro. Porém afirmou
que ele tem sido um dos ministros
de maior credibilidade no governo. Sobre Lula ter dito que seu governo é vítima de "leviandades",
Serra disse que é um assunto de
simples esclarecimento. "Basta
dizer quem traiu quem, falar menos metaforicamente e dizer diretamente aquilo que tem a dizer."
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