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PF investiga secretário do PT por suposta ação em fraude
Romênio Pereira afirma que desconhece investigação
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário de Assuntos Internacionais do PT, Romênio
Pereira, está sendo investigado
pela Polícia Federal. Ele foi flagrado em conversas e encontros suspeitos com lobista preso na Operação João de Barro,
deflagrada em junho pela PF.
Pelo parecer da Procuradoria
Geral da República, os diálogos
sugerem que o petista proporcionaria ao lobista "os contatos
necessários para viabilizar as
fraudes investigadas". São apuradas obras em 119 cidades orçadas em R$ 700 milhões.
Em abril deste ano, o ministro Cezar Peluso, do STF, atendeu a pedido da PF e autorizou
a quebra dos sigilos bancário e
telefônico do petista, como revelou o site da revista "Época"
ontem. A Folha apurou que,
apesar de não ter foro privilegiado, a PF colocou Pereira no
núcleo do deputado federal
João Magalhães (PMDB-MG).
"Foram captados diálogos
que comprovariam o envolvimento no esquema de Romênio Pereira sob a suspeita de
que atuaria politicamente para
viabilizar perante os ministérios e outros órgãos federais a
rápida assinatura de convênios
e a destinação dos recursos aos
municípios", escreveu Peluso.
Magalhães, segundo parecer
da Procuradoria Geral a que a
Folha teve acesso, "detém domínio de todas as fases de atuação do grupo para o desvio de
recursos", que direcionavam
verbas do Orçamento da União
para cidades do esquema. Além
do peemedebista, o parecer coloca "no ápice da estrutura" investigada o deputado federal
Ademir Camilo (PDT-MG) e o
lobista João Carlos de Carvalho. Ambos já negaram as acusações anteriormente.
Segundo o documento assinado pelo procurador-geral
Antonio Fernando Souza, o lobista era o intermediário da
"atividade dos demais agentes
-empresários, prefeitos e servidores-, fazendo o elo entre
eles e os parlamentares".
Pereira, por meio de nota,
alega que jamais foi informado
pela PF, pela Procuradoria Geral e pelo STF de que era alvo de
investigação. Diz que ficou surpreso, ao ser informado pela
imprensa, de que o STF havia
determinado a quebra dos sigilos, mas preferiu não comentar
as suspeitas até "tomar conhecimento do processo pelas vias
legais". Marcelo Bessa, advogado do deputado João Magalhães, diz que não há prova que
o relacione a Pereira.
Os investigações da PF indicam que, entre junho e novembro de 2007, o lobista João Carlos e Pereira se encontraram
pelo menos sete vezes. Os encontros aconteceram na casa
de João Carlos, em Belo Horizonte, e na sala de Pereira na
sede nacional do PT em Brasília. A direção do PT em Minas
afirma que vai pedir esclarecimentos formais do secretário.
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