São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004

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Brasil debate conselho em encontro paralelo

DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

Brasil, Alemanha, Japão e Índia fizeram ontem encontro paralelo à reunião geral da ONU para discutir a ampliação do número de assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU.
O conselho conta hoje com 15 membros, dos quais cinco são permanentes e têm poder de veto -EUA, Rússia, China, França e Reino Unido. Os demais se revezam a cada dois anos.
O encontro durou menos de meia hora. Mesmo assim, o chanceler Celso Amorim qualificou a reunião como "histórica".
O encontro foi pedido pelo Japão, que sempre almejou uma vaga no conselho e acreditava ser um candidato natural. Preterido, o país tem buscado o apoio de outros interessados para pressionar por uma reforma maior.
Amorim afirmou que, além dos quatro participantes da reunião de ontem, a África também deveria ter um representante. Ele afirmou que o país interessado terá de se apresentar.
África do Sul e Egito já manifestaram a intenção de fazerem parte de um conselho ampliado.
O chanceler brasileiro acredita que a proposta de ampliação do conselho, e a inclusão do Brasil, tenha o apoio de todos os membros permanentes, menos dos EUA, que sequer discutem as modificações.
Questionado se os aspirantes aceitariam ter assentos permanentes, mas não o poder de veto às resoluções, Amorim afirmou: "Acho que não deveria haver discriminação. Vamos discutir".
A reforma do Conselho de Segurança da ONU está emperrada há dez anos. Há um consenso para que ele seja ampliado dos 15 membros atuais para 24, mas não existe acordo para um aumento do número de membros permanentes ou sobre o poder de veto.
O principal argumento para a ampliação é o de que hoje existem 191 países participantes da ONU, contra os 51 de quando a organização e o conselho foram criados. Amorim disse que os quatro países vão manter um "contato permanente tático. Não somos um bloco, mas acreditamos ter as credenciais e vamos trabalhar juntos com outros países". (FCz)

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