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Promotor pede auditoria em ONG ligada a petista
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público do Estado de São Paulo determinou a
realização de uma auditoria externa para verificação das contas e dos documentos da Fundação Interuniversitária de Estudos e Pesquisa sobre o Trabalho (Unitrabalho), entidade
que já teve como dirigente Jorge Lorenzetti, petista acusado
de intermediar negociações sobre o dossiê contra José Serra.
Um dia antes da apreensão
de R$ 1,7 milhão em um hotel
em São Paulo, o Ministério do
Trabalho liberou R$ 4,1 milhões para a Unitrabalho. Durante o governo Lula, a Unitrabalho recebeu R$ 18,5 milhões
da administração federal, contra R$ 840,5 mil na gestão FHC.
A oposição ao presidente
quer investigar o possível uso
de recursos públicos nas negociações do dossiê. Já a Promotoria de Fundações do Ministério Público, que pediu a auditoria, preocupa-se especificamente com a possibilidade de
malversação de recursos da
fundação que deveriam ir para
projetos sociais, afirmou o promotor Ayrton Grazzioli.
O diretor-executivo da fundação, Nazem Nascimento, ouvido ontem por Grazzioli, afirmou que, na última segunda-feira, a fundação recebeu R$ 3,4
milhões do ministério e
R$ 650,3 mil da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos),
vinculada ao governo federal,
para a execução de dois diferentes projetos, mas não especificou quais são as ações.
Segundo afirmou Nascimento, os recursos foram para uma
agência do Banco do Brasil, e
parte está aplicada. Outra parte, disse, foi repassada a terceiros, via transferências bancárias, para saldar despesas dos
projetos. Nascimento disse que
não houve saque em dinheiro.
A Unitrabalho informou que,
entre 1996 e 2000, os recursos
do Ministério do Trabalho
eram destinados aos governos
estaduais e depois à entidade.
"Não procede a informação de
que os recursos teriam aumentado de forma anormal."
Ontem o ministro Luiz Marinho (Trabalho) afastou a hipótese de desvio de recursos de
sua pasta. "Ainda há um saldo
de mais de R$ 3,2 milhões na
conta, espero que isso esclareça
a insinuação de que o dinheiro
[para a compra do do dossiê] tivesse vindo do ministério." O
ministro encaminhou ao Tribunal de Contas da União e à
Controladoria Geral da União
pedido de auditoria.
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