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Procuradora diz que caso será emblemático
DO ENVIADO A MÔNACO
A procuradora-geral de
Mônaco, Annie Brunet-Fuster, disse ontem que o caso
do ex-banqueiro Salvatore
Cacciola será "emblemático"
para "mostrar que Mônaco
não é a árvore do pecado".
Brunet-Fuster deve usar o
discurso na abertura do ano
judiciário -uma grande solenidade em 1º de outubro
que conta com a presença do
príncipe Albert 2º- para defender a crescente rapidez e
o rigor nos processos de extradição no principado.
"Jamais tivemos problemas em Mônaco, a reputação
não era justa", diz a procuradora-geral, que, desde que
assumiu o cargo, em 2005,
tem se empenhado em dar
mais agilidade aos processos
financeiros e de extradição.
"A lei não é mais rigorosa,
mas a resposta judiciária é
bem mais rápida e violenta."
Segundo ela, o que ocorre é
contrário da idéia difundida
de que Mônaco é um paraíso
fiscal e até de lavagem de dinheiro: "Nós somos um país
repressivo." Ela tem dividido
suas horas entre o caso Cacciola, o mais importante desde que ela assumiu, e a preparação do discurso.
A procuradora-geral explica que o principado tem interesse em cooperar com outros países, para aumentar a
reciprocidade na caça aos
criminosos. "A delinqüência
em Mônaco é freqüentemente cometida por estrangeiros. Logo, temos de executar as sentenças e para isso devemos pedir buscas e
extradições a outros países."
O governo monegasco tem
se esforçado por apagar a antiga imagem. Um momento
emblemático ocorreu em
2005, quando o principado
negou residência para sir
Mark Thatcher, filho da ex-primeira-ministra britânica
Margaret Thatcher. Ele era
acusado de ajudar um golpe
de Estado na Guiné Equatorial, na África.
O advogado monegasco Simon Huxford dá um exemplo claro dessa mudança dos
últimos anos. "As leis contra
lavagem de dinheiro estão
muito mais duras. Mesmo
nós agora temos de tirar cópias dos passaportes dos
nossos clientes."
(PDL)
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