São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Procuradora diz que caso será emblemático

DO ENVIADO A MÔNACO

A procuradora-geral de Mônaco, Annie Brunet-Fuster, disse ontem que o caso do ex-banqueiro Salvatore Cacciola será "emblemático" para "mostrar que Mônaco não é a árvore do pecado".
Brunet-Fuster deve usar o discurso na abertura do ano judiciário -uma grande solenidade em 1º de outubro que conta com a presença do príncipe Albert 2º- para defender a crescente rapidez e o rigor nos processos de extradição no principado.
"Jamais tivemos problemas em Mônaco, a reputação não era justa", diz a procuradora-geral, que, desde que assumiu o cargo, em 2005, tem se empenhado em dar mais agilidade aos processos financeiros e de extradição. "A lei não é mais rigorosa, mas a resposta judiciária é bem mais rápida e violenta."
Segundo ela, o que ocorre é contrário da idéia difundida de que Mônaco é um paraíso fiscal e até de lavagem de dinheiro: "Nós somos um país repressivo." Ela tem dividido suas horas entre o caso Cacciola, o mais importante desde que ela assumiu, e a preparação do discurso.
A procuradora-geral explica que o principado tem interesse em cooperar com outros países, para aumentar a reciprocidade na caça aos criminosos. "A delinqüência em Mônaco é freqüentemente cometida por estrangeiros. Logo, temos de executar as sentenças e para isso devemos pedir buscas e extradições a outros países."
O governo monegasco tem se esforçado por apagar a antiga imagem. Um momento emblemático ocorreu em 2005, quando o principado negou residência para sir Mark Thatcher, filho da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher. Ele era acusado de ajudar um golpe de Estado na Guiné Equatorial, na África.
O advogado monegasco Simon Huxford dá um exemplo claro dessa mudança dos últimos anos. "As leis contra lavagem de dinheiro estão muito mais duras. Mesmo nós agora temos de tirar cópias dos passaportes dos nossos clientes." (PDL)


Texto Anterior: Visita de Tarso é irrelevante, diz procuradora
Próximo Texto: Governo cogita "sacrificar" indicado ao Dnit para retomar votações
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.